Esta semana o Rio Negro, no Amazonas, atingiu o nível mais baixo já registrado na cidade de Manaus nos últimos 120 anos, desde que se iniciaram as medições. O volume de chuva abaixo da média nos meses de junho, julho e agosto somado ao aumento da temperatura e queimadas frequentes conduziram o Estado do Amazonas à situação de emergência ambiental que perdura desde o final de setembro. Os rios do Acre também têm sofrido forte redução de vazão, com prejuízos para toda a população e também impactos no sistema logístico de toda a região, muito baseado na navegação fluvial.

 

A Zona Franca de Manaus concentra 140 empresas de transformação de plásticos, boa parte delas consumidoras de grandes quantidades de resinas termoplásticas. Além disso, de acordo com relatório divulgado pela consultoria Ohxide (Paulínia, SP), em torno de 23% das importações de resinas em 2023 chegaram ao País via Porto de Manaus, e a Videolar, grande produtora de poliestireno (PS) e filmes de polipropileno biorientado (BOPP) tem sede na região, o que pode comprometer o abastecimento dessas resinas em diversos pontos do País.

 

A situação é bastante grave e a previsão para os próximos meses é de pouca chuva, o que provavelmente vai resultar em um impasse logístico para as empresas que têm fornecedores ou clientes na região. Na última segunda-feira, dia 16, o Rio Negro atingiu o nível mais baixo já registrado, de 13,59 metros, superando a marca da maior seca histórica, registrada em 2010.

 

O gráfico abaixo mostra tanto a redução do nível do Rio Negro quanto a perspectiva de recuperação para os próximos meses. Considerando-se o histórico dos últimos anos, o nível do rio é reduzido em cerca de 1,5%, ocorrendo uma recuperação de11% entre os meses de novembro e dezembro. Percebe-se então que, mesmo havendo reversão da seca, o nível tende a continuar baixo, dentro da análise histórica.

 

Fonte: Ohxide

 

As restrições à navegação impostas pela seca poderão resultar na menor oferta de resinas e de produtos transformados oriundos da Região Norte, com alguma pressão sobre os preços, tanto da matéria-prima quanto dos produtos finais. No entanto, podem surgir daí oportunidades para novos fornecedores, incluindo os de resina reciclada, que podem vislumbrar uma recuperação dos preços comprometidos pela recente superoferta de resina virgem no mercado. “Este tipo de análise é fundamental para que empresas do setor possam se posicionar. Da mesma forma que este evento de Manaus deve implicar em escassez de resinas (principalmente PS e filme BOPP) e pressionar os preços, ele vai dar oportunidade para outro setor, o de reciclagem. Daí a importância de se ter acesso a essas informações”, comentou Flávio Silva, sócio-diretor da Ohxide.

 

Mais informações sobre os acontecimentos do mercado de resinas na seção Petroquímicos da Plástico Industrial.

 

Imagem de abertura: kamchatka/Freepik

 

 

 

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