Hellen Souza, da redação da MM

 

A base do conceito de indústria 4.0 está na coleta de informações no chão de fábrica. É a partir desses dados que são alimentados sistemas informatizados que os processam para fins diversos, dentre os quais análise e o planejamento visando à tomada de decisões importantes envolvendo disponibilidade de recursos e aumento de produtividade de máquinas de equipamentos como centros de usinagem, máquinas de eletroerosão a fio e tornos, entre outros.

 

Para que as informações sejam captadas nos equipamentos de fabricantes diferentes e processadas de maneira uniforme foram criados protocolos de comunicação para a padronização dessas informações.

 

No segmento de máquinas-ferramenta, convencionou-se o uso do padrão MT Connect, desenvolvido pela Associação de Tecnologia para a Manufatura (AMT), com sede nos Estados Unidos. A proposta é que ele seja um padrão aberto, que simplifique e permita a todos ter acesso aos dados de máquina, independentemente do fabricante ou da tecnologia utilizada no seu desenvolvimento.

 

A própria AMT define o padrão MTConnect como uma ferramenta que “oferece um vocabulário semântico para equipamentos de fabricação de modo que eles forneçam dados estruturados e contextualizados sem formato proprietário”. Assim, com os dados uniformizados, desenvolvedores e integradores podem se concentrar em aplicativos de manufatura úteis e produtivos, e não mais na tradução dos dados.

 

O formato de saída desses dados é o xml, universal, usado, por exemplo, para a nota fiscal eletrônica. Conforme explicou Valdecir Pereira, da GRV Software (Vinhedo, SP), máquinas mais recentes, especialmente as fabricadas nos Estados Unidos, já são concebidas de modo a serem compatíveis com o MT Connect. Segundo ele, o protocolo tem duas interfaces principais:

 

 

É possível usar os dados padronizados para efeito de monitoramento, controle, análise do processo e inúmeras outras aplicações. Entre as informações que podem ser obtidas estão o status da máquina, a rotação, a posição dos eixos, programas, alarmes, cargas, ferramentas em uso, temperatura do spindle, tempo de corte, paradas, ferramentas mais utilizadas, etc.

 

Utilizar esses dados é uma prerrogativa da indústria 4.0, cujos pilares se baseiam na integração e na conexão entre equipamentos e sistemas. Eles podem ser usados tanto pelos fabricantes de máquinas, de modo a otimizarem o seu desempenho e implementar novas funções, por integradores ou desenvolvedores de sistemas e, principalmente, pelos usuários das máquinas, que encontram neles uma ferramenta para o melhor gerenciamento e para a melhoria de seus processos a partir do apontamento preciso de eventuais gargalos ou pontos passíveis de otimização.

 

Quando inseridos em sistemas de gestão, os dados gerados via MT Connect podem embasar decisões relacionadas ao aumento da produtividade, manutenção preditiva e preventiva, com a consequente redução de tempos de parada. Análises do processo de fabricação e geração de relatórios gerenciais também se tornam mais precisos desde que baseados nos dados reais de processo que são proporcionados pela adoção do protocolo MT Connect.

 

A AMT possui grupos de trabalho para aprimoramento do MT Connect visando a sua extensão a equipamentos como robôs, sistemas de medição, sistemas de fixação de peças, processos térmicos, manufatura aditiva e ferramentas de corte, entre outros.


 

Foto: Freepik


 

Referências:

MT Connect - https://www.mtconnect.org/

GRV Software - https://grvsoftware.com.br/mtconnect/

 

 

Leia também:

 

Estudo prevê bom desempenho para o mercado de manufatura inteligente

 

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#MTConnect

 

 



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