Como parte dos preparativos para a feira alemã K, grande evento mundial do setor de plásticos que acontece no mês de outubro, a VDMA (Associação Alemão de Fabricantes de Máquinas), com unidade brasileira localizada em São Paulo (SP), tem promovido uma série de entrevistas com porta-vozes de empresas e associações diretamente ligados à indústria do plástico. Uma das mais recentes foi a de Roland Straßburger, Presidente da Associação Alemã da Indústria de Embalagens Plásticas (IK) e Presidente do Conselho de Administração da Schütz, fabricante de embalagens industriais. Muitas das suas considerações dizem respeito ao futuro da fabricação de embalagens, não só na Alemanha, mas em todos os países que tenham algum compromisso relacionado com o estabelecimento de uma economia de baixo carbono.

 

Investimento em economia circular

 

Sobre a importância da cooperação entre empresas na cadeia de valor do plástico, o entrevistado afirmou que a economia circular não pode ser criada em partes individuais e que é essencial uma melhor compreensão dos processos a montante e a jusante dos portões da própria fábrica, assim como pensar nos produtos até o final de sua vida útil ao gerar fluxos de materiais. Isso vale para as empresas manufatureiras e, claro, para as associações que as representam. “As associações da indústria de plásticos querem ajudar a moldar a transformação, apoiar e incentivar seus membros e criar uma plataforma construtiva. Em nossa iniciativa ‘Somos plásticos’, produtores, fabricantes de máquinas e processadores estão se comprometendo com essa reivindicação e apoiando-a com investimentos financeiros e de pessoal”, informou.

 

Mais fatos, menos opinião

 

Quanto aos resíduos plásticos, com as embalagens como principal alvo das críticas, Strassburger pondera que algumas críticas são justificadas: “Os plásticos no meio ambiente são um problema que precisa ser resolvido com urgência em todo o mundo. O uso responsável dos recursos é, portanto, mais importante do que nunca. Isso também diz respeito à questão de saber se as propriedades especiais dos plásticos são necessárias para uma aplicação específica ou se seu uso pode ser dispensado”, afirmou. A questão das alternativas às resinas de fonte fóssil na produção de plásticos também deve ser abordada, em sua opinião. No entanto, muitas acusações são baseadas em ignorância ou em opiniões carregadas de sentimento: “O plástico é facilmente rotulado como um infrator ambiental. A sua contribuição para um estilo de vida sustentável é completamente ignorada. Simplesmente substituí-lo por outros materiais parece tentadoramente simples, mas teria um enorme impacto negativo no clima. Uma das nossas principais tarefas é explicar ao público como os plásticos contribuem para a proteção do clima. Com um produto considerado tão crítico, credibilidade, transparência e progresso na reciclagem são elementos importantes para uma melhor percepção das embalagens plásticas a longo prazo”.

 

Aumento do uso de reciclados

 

O potencial de utilização de conteúdo reciclado nas embalagens plásticas foi recentemente calculado pela Associação Alemã de Embalagens e Filmes Plásticos (IK), com resultados muito animadores: de acordo com o entrevistado, a utilização de plástico reciclado em embalagens em seu país poderá aumentar cerca de 22 % por cento, em volume de produção, com base em investimentos em inovação e em toda a cadeia de valor.

 

As iniciativas relacionadas à reciclagem de materiais plásticos no Brasil permitem afirmar que caminhamos no mesmo propósito. De acordo com os dados mais recentes da Abiplast, foram reciclados em 2019 24% dos plásticos consumidos no País. No aguardo da consolidação dos dados sobre o período de pandemia, é possível apostar que o setor de reciclagem se consolida também como uma fonte de insumos para o segmento de transformação, especialmente diante das constantes ameaças ao fornecimento de matéria-prima.

 

Foto: Schütz

 

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