Adalberto Rezende, da redação.


 

Um novo estudo executado pela MaxiQuim para o Movimento Plástico Transforma, iniciativa do PICPlast – Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico –, um acordo estabelecido entre a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) e a Braskem, mostrou que a produção de resinas recicladas pós-consumo (PCR) no Brasil aumentou em 7,8% em 2024 em comparação a 2023, somando 1,012 milhão de toneladas.

 

Essas informações constam da edição atualizada do relatório “Monitoramento dos índices de reciclagem mecânica de plásticos pós-consumo no Brasil 2025” (Ano-base 2024). Fazendo um recorte do estudo, no que se refere ao índice de produção de resinas recicladas por tipo de material, em 2024 o poli(tereftalato de etileno) (PET) liderou este ranking, representando 39% do montante, sendo seguido pelo polietileno de alta densidade (PEAD), que representou 20%. Também tiveram destaque na produção de resinas recicladas o polipropileno (PP), que representou 18% do volume total, e os polietilenos PEBD e PELBD (de baixa densidade e linear de baixa densidade, respectivamente), que juntos representaram 15% do montante.

 

A pesquisa também mostrou a proveniência dos resíduos plásticos consumidos pelo setor de reciclagem em 2024. De acordo com o estudo, os sucateiros forneceram o maior volume de resíduos para a cadeia de reciclagem de plásticos, somando 518.155 toneladas, seguidos pelas indústrias que comercializam aparas provenientes dos seus processos produtivos, que forneceram um total de 355.069 toneladas, e empresas de reciclagem que executam processos de moagem de resíduos, além de outros serviços, totalizando 299.058 toneladas. Dessa análise, também constam os volumes de resíduos fornecidos por outros agentes que atuam no setor de reciclagem, os quais consistem em empresas de gestão de resíduos e logística reversa, 164.279 t, cooperativas, 159.818 t, fornecedores de resíduos obtidos diretamente da fonte geradora, 26.310 t, aterros, 24.916 t, e catadores, 7.886 t.  


Falando no consumo de resinas PCR, os setores que mais absorveram esses materiais no período analisado foram: alimentos e bebidas, 167 mil toneladas, higiene pessoal, cosméticos e de limpeza doméstica, que consumiram juntos 132 mil toneladas, e construção civil e infraestrutura, ambos somando 130 mil toneladas. No entanto, a agroindústria aumentou o consumo de resinas recicladas pós-consumo entre 2023 e 2024, setor que passou a utilizar mais itens feitos com esses materiais em aplicações diversas na plasticultura. Em se tratando dos itens produzidos com resinas PCR consumidos pela agroindústria, lonas e mangueiras foram apontadas em destaque na pesquisa.   

 


Destacando os dados referentes à produção de resinas recicladas pós-consumo por região, em 2024 o Sudeste foi responsável pela produção de 558.957 toneladas, o Sul produziu 266.266 toneladas e o Nordeste totalizou uma produção de 139.082 toneladas, ao passo que as regiões Centro-Oeste e Norte produziram 36.298 e 11.662 toneladas, respectivamente.  


 

Rastreamento da reciclagem dos plásticos destinados a bens duráveis

 

Os idealizadores do novo relatório utilizaram uma metodologia de rastreamento da reciclagem dos plásticos destinados a bens duráveis, ou seja, plásticos de vida média/longa, que consistem em materiais geralmente descartados em um prazo de mais de um ano, tendo em vista o maior lapso de tempo desde a produção até que eles sejam descartados – plásticos presentes em autopeças, peças de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, assim como utensílios domésticos, entre outros produtos.  


Solange Stumpf, sócia-executiva, e Maurício Jaroski, diretor de sustentabilidade da MaxiQuim Chemical Business & Intelligence, forneceram informações à reportagem da Plástico Industrial, explicando como funciona essa metodologia.

 

“Essa análise faz parte da metodologia de geração que utilizamos, também baseada nos questionários respondidos pelos recicladores, porque eles nos detalham qual o tipo de matéria-prima plástica estão reciclando, se é uma embalagem, se é um bem durável ou não. Ao longo dos anos, com essa informação, conseguimos ter um perfil do que é consumido na reciclagem”.

 

“Ao mesmo tempo, para os cálculos da geração desses produtos, desses bens duráveis, utilizamos um cálculo retroativo. Mapeamos todas as aplicações em plástico dessas peças. Vários segmentos, logicamente, têm uma forma diferente de tratar o tempo em uso dos produtos fabricados em plásticos”, comentou Solange.

 

“No cálculo de geração, usamos um cálculo retroativo. Ou seja, o que a indústria de eletroeletrônicos, por exemplo, consumiu de plástico há dez anos, uma parte disso será descartada de forma gradual ao longo dos anos. Assim, vamos aferindo essas porcentagens conforme o ciclo de vida desses produtos que mapeamos”.

 

“É algo super complexo, envolve uma matemática pesada, mas é a melhor forma que temos para chegar em números. Adotamos essa metodologia de fluxo de uso dos materiais, que é a mesma aplicada na Europa”, concluiu Maurício.


O estudo completo pode ser acessado pelo link: file:///D:/Aranda/PI/2025/1%20-%20A%20PESQUISA%20RECICLAGEM%20MECANICA/FINAL_Indices_Reciclagem2024_PICPlast2025.pdf 

 

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