Pesquisadoras da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) e da Engenharia de Alimentos (FEA), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), desenvolveram um plástico biodegradável e comestível composto por amido e gelatina.
O desenvolvimento ocorreu durante o doutorado da pesquisadora Farayde Matta Fakhouri, que foi orientada pelas professoras Lucia Helena Inoocentini Mei (FEQ) e Fernanda Paula Collares Queiroz (FEA). O biopolímero é obtido pelo processo de extrusão, em que o amido e gelatina são inseridos em uma máquina e submetidos à alta pressão, sem adição de qualquer solvente. Em seguida, o material passa por processo de transformação para torná-lo um filme.
Até chegar à consistência correta que proporcionasse a produção de um filme foram testados diversos amidos (naturais e modificados) com diferentes proporções de gelatina. Segundo Farayde, “os testes foram essenciais para que conseguíssemos chegar a uma formulação possível de ser soprada sem nenhum aditivo ou outro tipo de composto”. A pesquisadora explicou ainda que a quantidade de gelatina pode contribuir tanto para um produto mais flexível, quanto para um mais rígido.
A versatilidade do material permitiria sua aplicação em setores industriais como de cosméticos, produtos de higiene, remédios, brinquedos e produtos descartáveis, principalmente em embalagens (primárias ou secundárias), que geralmente são compostas por polímeros sintéticos. De acordo com comunicado publicado pela agência de inovação da universidade, a inexistência até então de um produto baseado em material comestível e atóxico levou a pesquisadora a buscar o desenvolvimento de um processo que tornasse essa alternativa viável. Os resultados levaram a Unicamp à requisição da patente do produto junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
(Fotos por Pedro Amatuzzi. Fonte: Unicamp).
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