Hellen Souza, da redação

 

A pouca visibilidade que o poliuretano (PU) tem nas discussões relacionadas à reciclagem e ao reaproveitamento de materiais instigou duas alunas da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Mauá , na Grande São Paulo (SP), a buscarem informações sobre como dar destinação correta a esse tipo de material.

A pesquisa das estudantes Elisabete Mafra Gomes e Fernanda Augusta Fernandes Morais (foto) foi apresentada como trabalho de conclusão do curso de Tecnólogo em Polímeros no final de 2022 teve como objetivo estudar meios de reaproveitamento do poliuretano pós-consumo, especialmente em sua versão termofixa (PU fundido), passível de ser usada como carga.

 

“O gatilho para a nossa pesquisa aconteceu durante uma visita à Feiplar/Feipur, feira do setor de poliuretano, onde constatamos junto à maioria das empresas que o destino mais comum dado aos resíduos de PU era a incineração ou a disposição em aterro”, afirmou Fernanda. A falta de informação sobre possibilidades de recuperação do material, então, levou as estudantes a tomarem o assunto como tema de sua pesquisa.

 

Normalmente utilizado na fabricação de itens para construção civil, mobiliário ou pelo setor calçadista, além de componentes para eletroeletrônicos e para o segmento automotivo, o poliuretano é um material versátil, cujo consumo tende a crescer a uma taxa de 5% no período de 2021 até 2027, de acordo com dados utilizados na pesquisa. As peças técnicas moldadas em PU fundido especificamente atendem aplicações exigentes no setor offshore e de mineração. Levar conceitos de sustentabilidade e economia circular a este mercado é tão importante quanto a qualquer outro.

 

Moagem e adição

O estudo se baseou na moagem de resíduos de PU pós-consumo em moinhos de esferas, separando-se os grãos mais uniformes para uso como carga na formulação de mantas de PU fundido. Depois de obtidas as mantas, foram cortados corpos de prova (foto ao lado) que foram caracterizados por meio de ensaios universais que mediram propriedades como dureza e resistência à tração.

 

A partir das análises as estudantes concluíram ser possível reaproveitar o PU fundido como carga, incorporando-o a novas formulações de PU virgem em proporções de 15% a 20%, sem que a adição do material moído interferisse de forma importante em sua densidade ou dureza. No entanto, as autoras sugerem a continuidade dos testes e ensaios sob condições diferentes, além da avaliação de novas possibilidades de aplicações, o que não foi possível devido à limitação de tempo para a entrega do trabalho.

 

E m sua pesquisa, Elisabete e Fernanda contaram com o apoio das empresas PoliRibe (Ribeirão Preto, SP), da Raw Material e da Petropol, ambas de Mauá (SP), e Aunde Brasil (Poá, SP).


 

O estudo está disponível na íntegra aqui.



 

Fotos (PoliRibe/autoras)



 

Leia também:


 

Resíduos de PU decompostos por via química dão origem a novos monômeros


 

Programa de reciclagem de geladeiras e freezers




 

#reciclagemdePU #poliuretano



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