*por Flávio Silva

 

No último mês de março as importações de resinas termoplásticas caíram em relação ao mês de fevereiro, totalizando mais de 18% em volume. Na comparação com o mês de janeiro de 2025, a queda foi ainda maior, cerca de 30% de redução no volume importado. E frente ao mesmo período do ano passado a queda foi de mais de 16%.

As principais resinas importadas – polietilenos (PE), polipropilenos (PP) e poli(cloreto de vinila) (PVC) – tiveram redução no volume importado de, respectivamente, 15%, 10% e 29% em março de 2025.

 

Esta redução é reflexo de um mercado nacional com pouca demanda e também da maior competitividade dos produtores locais, em função do aumento do imposto de importação efetivado no final do ano passado.

 

Este cenário pode piorar para os importadores com a perspectiva de ações antidumping que estão sendo avaliadas para as resinas de polietileno (PE) pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX)e pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), órgãos vinculados ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

 

O processo, que foi anunciado em novembro de 2024, visa determinar se as resinas importadas dos Estados Unidos e do Canadá estão sendo comercializadas no Brasil a preços abaixo do valor justo, o que caracterizaria dumping. Mais de 80% de todo o volume importado de polietilenos que entra no Brasil vem destes dois países. Grandes empresas que exportam para cá Exxon e Nova Chemicals estão entre as principais.

 

O processo já contou com a manifestação de empresas importadoras e, atualmente, está em análise pela SECEX. Embora nenhuma atualização oficial tenha sido feita desde então, fontes extraoficiais e não confirmadas, especulam que ainda em abril possa ser anunciada alguma decisão, mesmo que de uma forma provisória.

 

Como a política externa dos Estaods Unidos tem agitado bastante os mercados globais, especula-se que o governo brasileiro esteja considerando a questão das resinas na tomada de decisão, a qual pode não ser a esperada por todos desde o início do processo, que seria a aplicação de uma tarifa adicional de importação ao PE vindo dos dois países norte-americanos.

 

O mercado mundial, por sua vez, enfrenta a fraca demanda no setor e uma super oferta de capacidade produtiva, o que torna mais complexo o contexto do setor petroquímico global.

 

Já os preços praticados nessas importações mantiveram-se estáveis, com ligeiros aumentos. Os preços médios dos polietilenos tiveram uma variação em março sobre fevereiro de -0,1%, enquanto para o PP a variação foi de +2,4%. Já no PVC esta variação foi de +0,7% e os poliestirenos e PET sofreram variações médias de -1,8% e +1,8% respectivamente.

 

No mercado nacional a tendência para abril é de manutenção de preços, com algumas variações negativas, devido às pressões de demanda mais fraca.

 

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Imagem: Ohxide

 

 

*Flávio Silva é sócio-diretor da Ohxide Consultoria (Rio de Janeiro, RJ e Paulínia, SP), empresa que elabora análises completas sobre o setor de petroquímicos. Contatos: ohxide@ohxide.com.br, WhatsApp 21 -97675-6058, ou via site ​​​​​​​www.ohxide.com.

 

 

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