A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) lançou a quarta edição do estudo Petroquímica e Fertilizantes no Rio de Janeiro 2025”, elaborado com a colaboração da Petrobras, Braskem, BNDES, Porto do Açu, Iconic, Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e Embrapa.

 

O relatório aponta que os investimentos previstos para as indústrias de petroquímica e fertilizantes no Rio de Janeiro podem ultrapassar os R$ 25 bilhões no horizonte até 2030, com base nos projetos mapeados. Destaca ainda que o estado reúne uma base petroquímica robusta, ancorada na produção de petróleo e gás do pré-sal, na presença de refinarias, terminais e complexos industriais, e em novos projetos que ampliam a oferta de gás natural e resinas plásticas para o mercado interno. Essa infraestrutura, somada aos investimentos em curso, reforça a posição do estado como hub nacional para o setor de petroquímica e plásticos, reduzindo a dependência de importações de polímeros e insumos estratégicos.

 

Na petroquímica, o relatório mostra que a produção nacional de resinas e polímeros ainda não atende a demanda interna, o que leva o Brasil a importar cerca de 45% do consumo, em um cenário global de retração e custos elevados de energia e insumos. A articulação entre BNDES, Petrobras e Braskem mira justamente a expansão e modernização de plantas integradas de refino, biorrefino e petroquímica, com linhas de financiamento específicas para aumento de capacidade, inovação e descarbonização da cadeia.

 

Projetos em gás e resinas

 

Entre os projetos estratégicos, o Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí, aparece como ponto de virada, ao concentrar a maior unidade de processamento de gás natural (UPGN) do País, alimentada pelo gasoduto Rota 3 e capaz de elevar significativamente a oferta de gás natural para usos industriais, com o conceito de petroquímica integrada ao refino. Em sinergia, a expansão da Braskem em Duque de Caxias, com o Projeto Transforma Rio, prevê um novo cracker de etano, aumento de capacidade de polietileno em até 230 mil toneladas/ano, apoiada por instrumentos como o Regime Especial da Indústria Química (REIQ).

Plásticos: da matéria-prima ao consumo

 

No campo específico dos plásticos, o estudo enfatiza que o Rio de Janeiro combina proximidade entre refinarias, unidades petroquímicas e centros consumidores, o que reduz custos logísticos e favorece a transformação local de resinas em produtos de maior valor agregado. Ainda assim, o estado caiu da 2ª para a 7ª posição nacional na transformação de plásticos, pressionado por carga tributária elevada, custo de energia, burocracia e perda de parque industrial e empregos, ao mesmo tempo em que se abre uma “janela de oportunidade” com a ampliação de polietileno e polipropileno e com a integração logística via Complexo de Energias Boaventura e Porto do Açu.

 

Perspectivas e desafios para o RJ

 

As considerações finais da publicação apontam que, com mais de 80% da produção brasileira de óleo e gás, o Rio de Janeiro tem condições de assumir a liderança na produção de resinas plásticas, elastômeros e insumos químicos para embalagens, construção civil, mobilidade e bens de consumo. O avanço de projetos em Macaé e Porto do Açu e a consolidação de um ecossistema de P&D em química e materiais são apresentados como peças-chave para reposicionar o estado como polo de inovação em petroquímica e plásticos, desde que acompanhados de segurança jurídica, isonomia tributária e energia competitiva.


O estudo completo está disponível aqui.

 

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Imagem: Firjan

 

 

 



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