A Confederação Nacional da Indústria (CNI) anunciou ter revisado para cima a expectativa de crescimento da economia para este ano, projetando uma expansão de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. No primeiro trimestre, a expectativa era de alta de 1,2% e, no segundo trimestre, de 2,1%.
O Informe Conjuntural do 3º trimestre, divulgado pela entidade, mostra que o Brasil deve crescer mais do que o esperado, embora a alta não alcance todos os setores econômicos. Na indústria de transformação em geral, por exemplo, a previsão é de queda de 0,5% neste ano, uma retração devida à redução da demanda e da produção, especialmente nos setores mais sensíveis ao crédito, como o de bens duráveis. A previsão inicial era de queda de 0,9%, mas o desempenho de alimentos e derivados de petróleo, no primeiro semestre, segurou a redução.
“A indústria, que desempenha um papel estratégico no fortalecimento de todo o setor produtivo brasileiro, especialmente com seus investimentos em tecnologia e inovação, está encolhendo. Os juros altos e o nosso sistema tributário têm cobrado um alto preço da indústria de transformação, mas também dos investimentos. Se nada mudar, o Brasil terá sua capacidade produtiva futura bastante comprometida”, avaliou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
O enfraquecimento da demanda, de acordo com o informe, pode ser visualizado no Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais, um indicador, que mede a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno, acrescida das importações. Ele apresentou queda de 2,6% no acumulado de janeiro a julho de 2023, frente ao mesmo período de 2022. Além disso, o índice mostra que a demanda por bens industriais se encontra abaixo do nível praticado em 2022 (gráfico acima).
A CNI informou que o PIB industrial deve crescer 2% em 2023, puxado pelos resultados positivos da indústria extrativa, da indústria da construção e nos serviços industriais de utilidade pública (SIUP). A indústria extrativa, que tem na sua base a produção de minério de ferro, a extração de petróleo e de carvão mineral, deve crescer 6,7% este ano. A construção terá expansão de 1,5% e o SIUP terá alta de 5,3%.
“A parte da indústria mais sensível ao mercado externo terá desempenho positivo este ano, enquanto a indústria de transformação tem sido pressionada pela política monetária contracionista, pelo ambiente de crédito restritivo e pelo enfraquecimento da demanda. A questão é que a indústria da transformação responde por 58% do PIB industrial e tem maior capacidade de alavancar o PIB do que os demais setores da economia”, explicou o gerente-executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles”.
Agro vai crescer 15,5% em 2023
Ainda de acordo co o informe, as boas safras de soja e de milho vão garantir um desempenho muito positivo para o PIB do setor agropecuário, que deve crescer 15,5% em 2023. Esse comportamento do setor agropecuário, assim como o da indústria extrativa, ocorre em um cenário global de crescimento moderado ao longo de 2023.
Já o setor de Serviços foi o principal responsável pelo crescimento econômico no primeiro semestre de 2023, com avanço disseminado entre todas as atividades. A previsão de crescimento para o setor neste ano foi revisada de 1,3% para 2,1%.
Superávit comercial
A CNI projeta que as exportações brasileiras este ano serão de US$ 331 bilhões, enquanto as importações devem alcançar US$ 257,3 bilhões. Confirmadas estas projeções, o saldo comercial ficará positivo em US$ 73,7 bilhões, o que seria o maior superávit comercial já registrado no comércio exterior brasileiro.
Imagem: CNI/Ipea
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