Na soldagem de pinos sob campo magnético som simetria radial, devido à combinação decorrente da presença desse campo e da atmosfera adequada formada pelo gás de proteção, o arco voltaico na região do ponto de solda é protegido contra influências externas – por exemplo, do fluxo de corrente unilateral na chapa. Sem essa proteção adicional, frequentemente o arco sofre perturbações decorrentes dos efeitos do sopro magnético. Isso leva a consequências significativas no caso da soldagem a arco de pinos suspensos: pode ocorrer a formação incompleta do cordão de solda ou de ranhuras. Isso faz com que o usuário tenha de investir mais esforços na monitoração do processo de manufatura, além de ter de atender normalmente aos requisitos dos testes de controle de produção ou de processo, conforme a norma técnica DIN EN ISO 14.555.

O novo processo de soldagem de pinos sob campo magnético com simetria radial poderá fazer uma importante contribuição à redução dos custos associados à soldagem a arco de pinos pelo aumento da consistência da qualidade das juntas soldadas, essencialmente devido à supressão dos problemas associados ao sopro magnético. Portanto, uma característica específica desse novo processo é a fusão extremamente uniforme e definida na interface entre pino e chapa, sob um aporte de energia significativamente menor da junta soldada, menor formação de salpicos e cordões menores.

Transferindo as vantagens para pinos com maior diâmetro

A soldagem a arco de pinos com ajuda da tecnologia do campo magnético com simetria radial foi testada pela primeira vez sob condições práticas em 2005, sendo usados pinos com diâmetro de até 10 mm feitos com

Fig. 1 – Soldagem de buchas e porcas com auxílio de campo magnético sob deslocamento uniforme do arco em seção transversal nular vazada: junta soldada em bucha de aço ligado com cordão apresentando bom aspecto (parte superior); um campo  magnético envolve o ponto de solda e atua em conjunto com o gás de proteção para movimentar o arco (parte inferior).

 

aço ligado. Em 2009, a empresa Heinz Soyer Bolzenschweiβtechnik GmbH, com sede em Wörthsee, Alemanha, apresentou essa técnica ao público internacional por ocasião da feira Schweiβen & Schneiden, em Essen, Alemanha. Verificou-se, então, uma ressonância extremamente positiva a partir dos resultados obtidos pela aplicação da soldagem sob campo magnético com simetria radial usando-se simultaneamente os pinos de soldagem especiais do tipo HZ1, patenteados e fabricados pela Soyer. Contudo, naquele momento ainda não haviam sido feitas experiências práticas com pinos apresentando diâmetro superior a 10 mm. Surgiram consultas sobre a aplicabilidade do novo processo, sobretudo no caso de pinos com maiores diâmetros, bem como em posições restritas, da parte da indústria e do Instituto Técnico de Ensino e Ensaios de Soldagem de Munique (Schweiβtechnische Lehrund Versuchsanstalt München GmbH, SLV), bem como de fabricantes de máquinas.

Nesse meio tempo, os desenvolvimentos adicionais feitos na técnica de soldagem sob campo magnético com simetria radial objetivaram transferir as vantagens do aporte

Fig. 2 – Evolução do processo durante a soldagem com campo magnético apresentando simetria radial, na forma de uma variante da soldagem a arco de pinos suspensos: a influência magnética sobre o arco leva a uma fusão uniforme de toda a superfície frontal e também em toda a seção transversal, podendo-se constatar efeitos de rotação durante a fase de corrente principal.

 

de energia relativamente menor e da penetração geometricamente pequena, mas muito uniforme, para pinos com dimensões M12 e M16. Também para pinos desse porte é possível confeccionar juntas soldadas com bom aspecto estético, as quais não requerem acabamento posterior devido à ocorrência de cordões com aspecto defeituoso ou da geração de salpicos. A determinação dos parâmetros relevantes e a otimização das condições de soldagem e de seus limites foram feitos no âmbito de um projeto de pesquisa promovido pela Fundação Bávara de Pesquisa (Bayerischen Forschungsstiftung), com sede em Munique, Alemanha.

A utilidade da tecnologia do campo magnético com simetria radial foi descoberta por acaso em 2005. Anteriormente, já eram usados campos magnéticos nos processos de soldagem de pinos, principalmente para conseguir um deslocamento uniforme do arco sobre a seção transversal oca, de forma similar ao que ocorre na soldagem sob pressão com arco deslocado magneticamente (figura 1). Os processos de soldagem de buchas ou de porcas (2,3) usam um dispositivo adicional que gera o campo magnético e a cobertura de gás de proteção, o qual já se encontra disponível no mercado há anos. A blindagem do ponto de solda por meio de campo magnético para evitar desvios não intencionais do arco é um recurso igualmente conhecido há vários anos, mas somente era usado em casos isolados – por exemplo, em aços ligados.

O processo de soldagem sob campo magnético com simetria radial é uma expansão da soldagem a arco de pino suspenso usada em aços comuns, ligados e não ligados, adequados para a soldagem de pinos. A preservação da poça de fusão é feita usando-se gases de proteção comercialmente disponíveis (argônio puro ou misturas gasosas com gás carbônico) em combinação com a influência magnética do arco voltaico. Não é necessário o uso de anel cerâmico. O processo de soldagem sob campo magnético com simetria radial apresenta as seguintes características particulares:

a) alta qualidade da junta soldada, cujo cordão apresenta superfície lisa, baixa profundidade de queima e alta capacidade para suportar cargas mecânicas;

b) processo de soldagem com baixo efeito de sopro;

c) alta reprodutibilidade;

d) baixo aporte de energia, com a consequente minimização da distorção dos componentes soldados;

e) todas as posições de soldagem são possíveis (soldagem em posição plana, em parede vertical, no teto).

No caso dos pinos das dimensões M12 e M16, após o estabelecimento das condições adequadas de gás de proteção-campo magnéticodispositivo para metal de adição para o processo de soldagem, são conseguidos pinos soldados com alta capacidade para suportar cargas mecânicas, os quais atendem aos requisitos atuais das normas DIN EN ISO 14555 em termos de solicitações de dobramento e tração, bem como do formato de queima.

Os equipamentos adicionais requeridos são simples

A figura 2 (pág. 27) mostra a sequência de etapas da soldagem sob campo magnético com simetria radial como uma variante do processo de soldagem a arco de pino suspenso. Com exceção do dispositivo de controle do campo magnético com simetria radial, esse novo processo corresponde exatamente à soldagem a arco de pino suspenso sob gás de proteção. O campo magnético adicional é ativado antes do início da fase da corrente principal, o qual influencia a seguir o arco, em termos da capacidade de deslocamento do ponto de abertura do arco entre pino e chapa por meio de toda a seção transversal. Toda a superfície central do pino se fundirá uniformemente sob períodos de tempo mais curtos que os observados nos processos atualmente conhecidos de soldagem de pino suspenso. Constata-se nessa fase uma rotação parcial do arco ao redor do eixo do pino sob valores crescentes de raio de rotação.

Os equipamentos adicionais necessários para executar a soldagem a arco de pinos sob campo magnético com simetria radial são muito simples. Conforme o diâmetro do pino, emprega-se a pistola de soldagem PH-3N para o pino M12 ou PH4L para o pino M16; ambas se encontram

Fig. 3 – Dispositivos adicionais com diferentes conceitos de evacuação para geração de campo magnético e cobertura de gás de proteção: a) tamanho pequeno, até pino M12; b) dispositivo maior, para a soldagem de pinos até M16, com alteração na direção do fluxo de gás.

 

comercialmente disponíveis. Ambas já se encontram dotadas de um dispositivo otimizado para soldagem sob gás de proteção e campo magnético com simetria radial, conforme mostrado na figura 3. No caso dos pinos do tipo M12, encontrase disponível uma versão compacta do dispositivo (figura 3a), o qual é pouco maior que o dispositivo comum para gás de proteção. Já para os pinos do tipo M16, com maior tamanho, o dispositivo mostrado na figura 3b foi expandido de forma correspondente, uma vez que foram alterados a direção do fluxo de gás e o conceito de evacuação. O controle do campo magnético ocorre por meio da fonte inversora de corrente “BMK-16i” (até o pino M12) ou “BMK-30i” (atualmente até o pino M16), fabricadas pela Heinz Soyer Bolzenschweiβtechnik, por meio de um módulo adicional para soldagem sob campo magnético com simetria radial. Essas fontes de inversão de corrente são particularmente adequadas para a soldagem de pinos usando a técnica do campo magnético com simetria radial.

A execução da soldagem sob campo magnético com simetria radial não requer treinamento específico dos operadores. Os parâmetros para a soldagem de pinos são, a princípio, os usuais aplicados nas pistolas e cabeçotes de soldagem, bem como nas fontes de corrente. A única diferença é a aplicação de corrente para gerar o campo magnético com simetria radial,

Fig. 4 – Pistola para soldagem sob campo magnético com simetria radial de pinos M16 – a conexão do dispositivo para geração de campo magnético/gás de proteção na coluna de apoio das pistolas e cabeçotes de soldagem pode ser feita de forma simples também em trabalhos estacionários

cuja intensidade apresenta ordem de grandeza de até 1,5 A, dependendo da bobina magnética.

A figura 4 mostra um dispositivo adaptado para geração de campo magnético-atmosfera de proteção no suporte de apoio da pistola de soldagem PH4-L, o qual é dotado de conexão elétrica adicional que alimenta a bobina magnética. A princípio essa abordagem também é possível ao usar o cabeçote de soldagem, o qual se mantém estacionário durante o processo. Pode ser usado como gás de proteção ou argônio puro ou, sobretudo, misturas gasosas contendo 2, 5, 10 ou 18% de gás carbônico. Ficou claramente comprovado que a mistura gasosa constituída de argônio mais 10% de gás carbônico atende a rígidos requisitos da junta soldada produzida sob ação do campo magnético com simetria radial, em termos da aparência do cordão de solda e da sua capacidade para suportar carga mecânica.

Resultados similares na soldagem de pinos dos tipos M12 e M16

Resultados para pinos M12

Os efeitos proporcionados pelo arco alterado durante a soldagem de pinos sob campo magnético com simetria radial mostraram-se particularmente pronunciados na geometria de queima. A fusão muito uniforme obtida com o novo processo foi similar à obtida na variante do processo de soldagem de pinos na qual o arco se forma entre a chapa e a ponta do pino, caso em que a chapa apresenta pequena profundidade de queima após a execução do processo. A capacidade para suportar

Fig. 5 – Aspecto e formato da queima de uma junta confeccionada por soldagem sob campo magnético com simetria radial de pino M12, feito com material S235 (classe 5.8 de resistência mecânica). Ensaios de tração feitos com essas juntas mostraram que a fratura se situou no pino, após estricção na rosca: a) cordão plenamente formado, fratura situada no pino, carga no momento da fratura igual a 50,5 kN; b) zona de fusão uniformemente fina, baixa profundidade de queima na chama, nenhum defeito de soldagem foi detectado.

carga da junta soldada com pino foi caracterizada por meio de ensaios de dobramento simples (testes no local) ou de ensaios de tração estáticos conforme a norma técnica DIN EN ISO 14555.

A figura 5 mostra o aspecto e o formato da queima de uma junta confeccionada por soldagem sob campo magnético com simetria radial usando pino M12 feito com aço S235, a qual alcançou a classe 5.8 de resistência mecânica, cujo limite de resistência foi de aproximadamente 560 Mpa. A figura 5a registra o local da fratura dos pinos que foi verificado durante os ensaios de tração feitos conforme a norma DIN EN ISO 14555. Neste exemplo a fratura ocorreu sob carga de 50,5 kN após a ocorrência de estricção na rosca. Pode-se observar uma zona de fusão típica na micrografia (figura 5b), uniformemente fina, a qual atua como um elo entre o pino e a chapa e apresenta poucas falhas. A profundidade de queima na chapa foi de aproximadamente 0,5 mm. Na região do cordão ocorreu algum aumento da espessura da poça de fusão. Essa geometria de queima apresentou susceptibilidade muito pequena à formação de poros e trincas devido à aplicação de aços não ligados, os quais são mais adequados à soldagem de pinos. A imersão do pino na poça de fusão provocou o deslocamento de somente uma pequena quantidade de metal fundido, promovendo assim a formação de uma superfície lisa sobre o cordão, o qual apresentou geometria quase angular.

A figura 6 (pág. 34) apresenta dados estatísticos para estabelecer uma comparação entre os resultados dos ensaios de tração feitos com as juntas soldadas do pino M12 que foram confeccionadas empregando-se as variantes de soldagem de pinos sob campo magnético com simetria radial, anel cerâmico e gás de proteção, e materiais provenientes do mesmo lote de produção. Foram confeccionadas e testadas 20 juntas utilizando-se cada variante de processo, com pinos feitos de aço S235 (classe 5.8 de resistência mecânica) que foram soldados em chapas com 10 mm de espessura feitas de aço S355. Em todas as juntas soldadas a fratura durante o ensaio sempre ocorreu no pino. Com base no diagrama mostrado na figura 6 é possível verificar que apenas a dispersão do material usado nos pinos apresentou uma faixa global de amplitude entre 49 e 52 kN. As medianas nos correspondentes gráficos de caixa (boxplot) selecionados apresentam valor médio em um mesmo patamar, entre 50,3 kN e 50,6 kN.

A figura 7 (pág. 34) apresenta os parâmetros de soldagem usados nas diversas variantes de processo. Ela também mostra os aspectos e formatos de queima dos pinos M12, os quais foram soldados conforme as diversas variantes do processo de soldagem de pino suspenso mostradas na figura 6. Para essa comparação foram confeccionadas juntas pelo processo de soldagem de pinos com anel cerâmico aplicando-se energia de aproximadamente 6 kJ, soldagem de pinos sob gás de proteção com energia de aproximadamente 5 kJ e soldagem de pinos sob campo magnético com simetria radial com energia de aproximadamente 4 kJ. Em contraposição ao que ocorreu nas juntas soldadas sob campo magnético com simetria radial, nas juntas confeccionadas por meio da soldagem de pinos com anel cerâmico ou sob gás de proteção, em que se aplicou a energia mínima de soldagem de 4 kJ, frequentemente a falha ocorreu na zona de solda. Tal “conceito de baixa energia” da soldagem sob campo magnético com simetria radial ficou caracterizado, de forma muito particular, por apresentar cordões pequenos e poças de fusão com espessura reduzida. Como resultado dessa investigação, ficou constatado que, sem sombra de dúvida, a soldagem de pinos sob campo magnético com simetria radial é uma alternativa inovadora em relação aos

Fig. 6 – Comparação entre os dados estatísticos relativos aos resultados dos ensaios de tração feitos com juntas soldadas de pino M12: 20 ensaios por variante de processo; fratura situada no pino em todas as juntas estudadas; pinos feitos de aços S235 (classe 5.8 de resistência mecânica) pertencentes a um mesmo lote; parâmetros de soldagem: ver figura 7. A reprodutibilidade e consistência do processo de soldagem de pinos sob campo magnético com simetria radial são equivalentes às do processo convencional de soldagem de pinos.

 

processos de soldagem de pinos convencionais (com anel cerâmico ou gás de proteção) em termos da capacidade de suportar carga mecânica sob solicitações estáticas de dobramento ou de tração, bem como em termos de reprodutibilidade.

Em outras séries de ensaios a fratura ocorreu no metal-base da chapa, devido a falhas em seu material que se manifestaram na forma de valores inadequados de estricção-Z (ou seja, baixa ductilidade na direção da espessura). O novo processo requer boa preparação da superfície

e boa compatibilidade entre o gás de proteção e os parâmetros de soldagem. Caso não se proceda dessa forma, não se pode excluir a possibilidade de ocorrência de falhas nas juntas confeccionadas pelo processo de soldagem de pinos sob campo magnético com simetria rotacional.

Resultados para pinos M16

Os ensaios de dobramento foram executados sem problemas nas juntas confeccionadas por meio da soldagem

Fig. 7 – Comparação entre diversas variantes de soldagem de pino M12 suspenso feito com aço S235 (classe 5.8 de resistência mecânica). Todos os pinos foram feitos a partir de um mesmo lote de aço; chapa feita de aço S355 com 10 mm de espessura.

 

sob campo magnético com simetria radial de pinos do tipo M16, adotando-se restrições e parâmetros de soldagem adequados. A figura 8 mostra o aspecto e a micrografia de uma junta soldada sob campo magnético com simetria radial de um pino M16 feito com aço S235 sob energia de soldagem de 6 kJ. Do ponto de vista do aspecto e do formato de queima esta junta soldada se assemelha aos resultados obtidos até o momento com os pinos M12. O tempo de soldagem a ser aplicado não precisa ser mais longo que os aplicados em pinos com menores diâmetros. Para assegurar um grau suficiente de fusão é necessário apenas definir um valor de intensidade de corrente entre aproximadamente 900 e 1.200 A, bem como elevar, de forma correspondente, a corrente a ser aplicada no dispositivo para soldagem sob campo magnético com simetria radial, que apresenta maior porte neste caso, conforme mostrado na figura 3b (pág. 30). Caso essa mesma junta fosse feita por meio de soldagem de pinos com anel cerâmico, seria necessário aplicar uma energia de soldagem de aproximadamente 18 kJ para esse mesmo valor de diâmetro de pino.

A queima reduzida e uniforme promove grau de distorção consideravelmente menor do componente. Por exemplo, do ponto de vista do efeito de sopro, a queima uniforme também pode ocorrer no caso de aterramento unilateral. Durante os ensaios de tração estáticos, as fraturas das juntas soldadas de pino M16 confeccionadas sob misturas de gases de proteção argônio puro e argônio mais 18% de gás carbônico, ocorreram no metal-base do pino, sob tensões da ordem de 560 N/mm2, valor típico para o lote de pinos empregados. Pode-se concluir, a partir dos resultados obtidos para os pinos M16, que a soldagem de pinos

Fig. 8 – Aspecto e formato da queima de uma junta soldada sob campo magnético com simetria radial de pino M16 x 60 sobre uma placa feita de aço S355: a) Foi atendido o requisito que especifica um ângulo mínimo de 60° ao submeter a junta ao ensaio de dobramento; b) Zona de fusão fina; fusão insignificativamente maior na metade devido à influência do gás de proteção. Condições de soldagem: intensidade de corrente, 1.170 A; tempo, 0,6 mm; campo magnético com simetria radial, 1.100 mA; energia para soldagem, 6,0 kJ; gás de proteção: M21-ArC-18.

 

sob campo magnético com simetria radial também possui potencial para ser aplicada, de forma econômica, no caso de pinos com diâmetros superiores a 12 mm.

Processo mais consistente mesmo em posições restritas

Uma vantagem específica do processo de soldagem sob campo magnético com simetria radial pode ser vista na soldagem de pinos em posições restritas, sobretudo quando ela é feita sobre paredes verticais (posição PC). A figura 9 mostra uma junta soldada com pino M12, na posição restrita PC, confeccionada sob campo magnético

Fig. 9 – Soldagem de pino sob campo magnético com simetria radial na posição restrita PC (em parede vertical) sob gás de proteção M21-ArC-18 com dispositivo adicional para campo magnético; pino M12, feito com aço 235; chapa, aço S355. Parâmetros de soldagem: intensidade de corrente, 900 A; tempo de soldagem, 170 ms; elevação, 2 mm; profundidade de imersão, 0,5 mm; gás de proteção: M21-ArC-18.

 

com simetria radial, gás de proteção M21-ArC-18, com dispositivo adicional para geração de campo magnético, igualmente constituída por chapas de aço não-ligado. Ao se comparar as faces superior e inferior da junta soldada (figura 9), pode-se constatar a formação de um cordão plenamente formado e similar em ambos os locais. A micrografia mal permite detectar a influência da posição de soldagem PC em comparação com os resultados obtidos na posição PA (chapa horizontal).

A figura 10 (pág. 38) apresenta juntas confeccionadas por soldagem sob campo magnético com simetria radial de pinos M16, nas quais o processo ocorreu em posição restrita (sobre uma parede vertical) e sob gás de proteção M21-ArC-18. Na junta vista na figura 10a, a soldagem sob campo magnético com simetria radial promoveu a formação de um cordão plenamente formado inclusive na face superior da união. Os requisitos especificados para o ensaio de dobramento foram atendidos. Por sua vez, a junta vista na figura 10b, confeccionada sem se aplicar o campo magnético com simetria radial, mas adotando-se os demais parâmetros de soldagem do caso anterior, a face superior apresentou um cordão com formação deficiente. Os ensaios de dobramento feitos com essas juntas apresentaram resultados insatisfatórios. Pode-se constatar a presença de ranhuras sobre a face superior no local da fratura, a qual ocorreu na zona de solda.

O processo de soldagem sob campo magnético com simetria radial caracterizou-se por apresentar boa reprodutibilidade nas juntas por ele confeccionadas, a qual sobretudo se deve ao pequeno efeito de sopro. Isso pode ser comprovado por meio de ensaios usando-se aterramento parcialmente unilateral. Portanto, do ponto de vista da consistência de processo, a soldagem de pinos sob campo magnético com simetria radial pode ser usada, no mínimo, sob o mesmo nível correspondente aos processos de soldagem de pinos já consagrados. As primeiras aplicações desse novo

Fig. 10 – Aspecto das juntas soldadas confeccionadas sob campo magnético com simetria radial de pino M16 feito com aço S235 sobre uma chapa de aço S355 na posição restrita PC (sobre parede vertical) sob gás de proteção M21-ArC-18, antes e depois do ensaio de dobramento: a) usando o processo com campo magnético com simetria radial: formação mais uniforme do cordão tanto na face superior como inferior do pino; a junta atendeu ao requisito relativo a ângulo superior a 60° quando submetida ao ensaio de dobramento; b) sem aplicação do campo magnético com simetria radial: formação incompleta do cordão na face inferior; eventualmente a fratura ocorreu na zona de fusão, podendo-se constatar a presença de ranhuras na face superior. Parâmetros de soldagem: intensidade de corrente: 1.380 A, tempo de soldagem, 200 ms; elevação, 2,7 mm; gás de proteção, M20-ArC-10 (Figuras: Soyer (1b,2,3), demais: SLV München).

 

processo, feitas em uma montadora automotiva, confirmaram a excelente consistência dessa técnica.

Processo em contínuo desenvolvimento

O processo de soldagem sob campo magnético com simetria radial atendeu, com boa reprodutibilidade, as condições de aceitação da norma técnica DIN EN ISO 14555, inclusive seus requisitos abrangentes de qualidade, em termos da adequação para a soldagem de pinos do tipo M12 e M16, feitos com aços ligados e não ligados. Isso pôde ser demonstrado pelos resultados obtidos nos ensaios de dobramento e tração, bem como pelas análises metalográficas.

As juntas soldadas de pinos confeccionadas sob campo magnético com simetria radial se caracterizam por apresentar cordão e formato de queima muito uniformes devido ao seu conceito de baixa energia. Os efeitos do campo magnético com simetria radial protegem eficientemente o arco voltaico contra os efeitos de sopro magnético, mesmo durante as soldagens efetuadas em posições restritas. Duas misturas de gases de proteção, argônio puro e argônio com até 18% de gás carbônico, mostraram-se adequadas para a soldagem de pinos sob campo magnético com campo radial até pinos do tipo M16 (aço não-ligado). Esse novo processo requer um dispositivo eficiente para geração de campo magnético-gás de proteção, bem como uma cuidadosa combinação dos parâmetros de soldagem e das restrições locais.

Em muitos casos, os equipamentos adicionais requeridos para aplicar esse novo processo podem se restringir a inversores de soldagem já disponíveis no mercado. Pistolas ou cabeçotes de soldagem podem incorporar, sem maiores problemas, os dispositivos para aplicação de gás de proteção e geração do campo magnético, os quais podem ser instalados sobre os dispositivos de proteção já existentes.

A nova técnica de soldagem sob campo magnético com simetria radial continuará a ser desenvolvida para inovar ainda mais a soldagem de pinos. Além do potencial já existente para a soldagem de pinos com maiores diâmetros, neste momento ainda há questões a serem esclarecidas, como a determinação da capacidade de carregamento mecânico sob degradação cíclica do material em função da aplicação de cargas alternadas. Isso colocará a resistência à fadiga no foco das futuras investigações.

Uma parte dos resultados descritos nesta contribuição técnica foi obtida no âmbito de um estudo atual de pesquisa e desenvolvimento sobre a soldagem de pinos sob campo magnético com simetria radial, o qual foi promovido pela Fundação Bávara de Pesquisa (Bayerische Forschungsstiftung), estabelecida em Munique, Alemanha.

 

Referências

  1. C ramer, H.; J enicek, A. Hubzündungsbolzenschwei β en – neues Verfahren rediziert Fehler. M etallbau 16. 2005. N. 9. p . 40-43.

  2. N. N. Forschungsbericht N. 5105/2000: Schweiβen zylindrischer Hohlkörper auf ungelochte und gelochte Bleche mittels magnetisch bewegtem Lichtbogen. Schweiβtechnische Lehrund Versuchsanstalt SLV München, Niederlassung der GSI mbH. München, 2000.

  3. N. N. Forschungschweiβen von zylindrischen Hohlkörpern (Buchsen, Muttern etc.) mit magnetisch bewegtem Lichtbogen an Aluminumwerkstoffen. AiF-Projeckt n. 12.753. Schweiβtechnische Lehrund Versuchsanstalt SLV München, Niederlassung der GSI mbH. München, 2003.

 


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