Customizar linhas de equipamentos para reciclagem conforme o material em questão e o seu grau de contaminação tem sido um dos objetivos da alemã Gneuss, que tem subsidiária brasileira em Barueri (SP).
Desenvolvedora de tecnologias de extrusão, descontaminação e filtração do polímero fundido, a empresa detém hoje diversas cartas de não objeção (LNOs) de órgãos de defesa sanitária como o FDA (EUA) e EFSA (Europa), além de aprovações locais na América Latina, as quais têm qualificado os processos da empresa para a reciclagem de materiais que serão usados novamente no setor alimentício.
A Gneuss desenvolveu recentemente e expôs durante a última feira K máquinas de última geração para atender à demanda do setor de reciclagem, a exemplo da linha completa Omni, que conta com um alimentador rotativo 3C, a extrusora MRSjump 70, o sistema automático de filtração de massas RSFgenius 90, além do viscosímetro on-line VIS, para o processamento de 200 kg/h de poli(tereftalato de etileno) (PET). O processamento ocorre sem secagem ou cristalização prévias dos rejeitos de embalagens.
A recuperação de materiais de baixa densidade aparente foi simplificada com a adoção do alimentador rotativo 3C, no qual um disco rotativo de alta velocidade corta, compacta e pré-condiciona o material. As facas aplicam esforços ao material para iniciar o processo de aquecimento e desgaseificação antes que ele seja automaticamente alimentado à extrusora modelo MRSjump, equipada com uma secção com múltiplas roscas, que executa a descontaminação do PET, tornando-o adequado aos requisitos e padrões para contato direto de alimentos.
Múltiplas roscas
A seção de múltipla rotação da máquina é um cilindro contendo cilindros e roscas satélites, as quais giram em sentido oposto à rosca principal, aumentando muito a superfície de contato com a massa de polímero. Uma grande abertura de ventilação, expõe toda a extensão das roscas satélites à ação do vácuo, fazendo com que a superfície seja constantemente renovada a uma taxa extremamente alta. Assim, a área da superfície disponível para desvolatilização é incomparavelmente superior à observada em sistemas convencionais de extrusão. Ao mesmo tempo, essa distribuição do fluxo faz com que o stress mecânico e térmico da massa de polímero seja reduzido, o que melhora as propriedades ópticas e mecânicas da resina ao final.
A longa seção de múltiplas roscas, somada ao sistema de vácuo operando a 1 mbar, pode ser usada para aumentar a viscosidade do R-PET e ainda mantê-lo estável apesar de variações no material de entrada, o que dispensa a execução de polimerização em fase líquida (LSP) ou em estado sólido (SSP).
Linha de reciclagem OMNImax com extrusora MRSjump, sistema de filtragem rotativo e alimentador rotativo 3C
Reator em exposição
A Gneuss também exibiu a linha de reciclagem OMNIboost, incluindo o sistema de policondensação em estado líquido (LSP) Jump, que pode elevar o índice de viscosidade da massa de PET para até 0.95 dl/g.
No reator Jump o polímero passa por diversos elementos que o rotacionam lentamente e criam um filme, com sua a superfície em constante renovação. O seu recipiente é mantido sob vácuo, tornando a remoção de substâncias voláteis mais eficiente.
Regulando-se o tempo de permanência no reator, o nível de vácuo, o nível de enchimento e a velocidade de rotação dos dispositivos agitadores, a reação de policondensação pode ser alterada para alcançar as propriedades necessárias do produto, proporcionando a reintrodução do polímero no processo sem a necessidade de refusão do PET em grãos.
Linha de Reciclagem OMNIboost com Polireator JUMP para aumento do IV, sistema de extrusão MRS. Sistemas Rotativo de Filtração e Alimentador 3C
A empresa exibiu também na feira os seus sistemas de filtragem para polímeros, incluindo modelos rotativos e com retrolavagem, além de sensores digitais (foto ao lado) para medição das variáveis do processo de extrusão, tais como temperatura, pressão, taxa de abrasão e corrosão.
Fotos: Gneuss
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