As superfícies de moldes e matrizes usados na produção de peças plásticas necessitam de tratamentos especiais para que possam obter uma maior resistência ao contato com resinas eventualmente abrasivas, aos produtos químicos e ao ambiente típico do trabalho nessa área. Alguns dos fatores de desgaste são troca de temperatura constante entre componentes do ferramental, surgimento de umidade e colisão de partes móveis como postiços, por exemplo, além de impurezas que acidentalmente possam adentrar as cavidades. Em se tratando desse último fator, há tratamentos específicos que conferem a superfícies espelhadas e/ou texturizadas uma alta resistência ao riscamento, amassamento, entre outras possíveis ocorrências danosas.

Tratamentos superficiais protegem o ferramental contra intempéries e danos no chão de fábrica. Imagens: Pixabay
Um tipo de tratamento indicado para evitar esses e outros problemas consiste na deposição de camadas na superfície do molde por meio de imersão em banho de níquel químico. Conforme explicou Michel Simão de Carvalho, que é orientador de práticas profissionais na Escola e Faculdade Senai Mario Amato, em São Bernardo do Campo (SP), “dependendo do caso, é possível depor camadas com até 1 milésimo de espessura. Outra vantagem desse procedimento é que ele penetra em todas as partes do molde”. O tratamento é bastante recomendado para cavidades com acabamento de polimento espelhado. No entanto, “é preciso ter cuidado para não engrossar demais a camada a ser deposta, porque se o acréscimo for muito, isso pode causar problemas na aparência de peças plásticas como, por exemplo, rebarbas”, salientou Michel.
A nitretação também é um método muito utilizado no tratamento superficial de moldes. Neste caso, usa-se um procedimento termoquímico que promove o aumento da dureza superficial do ferramental. A recomendação é que esse processo seja realizado em cavidades com acabamento de lixamento fino antes de elas serem submetidas ao polimento de espelhamento. “Isso facilita o procedimento e garante uma melhor qualidade para o acabamento”, comentou Michel. De acordo com ele, aqui também é necessária cautela para que o tratamento não seja aplicado em áreas que apresentem oxidação ou riscos, por exemplo, pois se torna muito difícil remover imperfeições após a sua finalização.
Além disso, há processos que envolvem o recobrimento de cavidades com revestimento que proporciona uma melhor aderência do material a ser processado às suas paredes, que é conhecido como “pintura teflonada” e é indicado para aplicação em ferramental que opere com temperatura de até 200 oC.
Em entrevista à Plástico Industrial, Michel também falou sobre tendências da área de tratamento superficial de ferramental fabricado por impressão 3D de metais: “Alguns postiços e gavetas fabricados por meio deste método necessitam de um acabamento como, por exemplo, desbaste leve seguido de polimento. E existem trabalhos que englobam a produção de componentes desse tipo que já saem da máquina apresentando propriedades de têmpera”.
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