A Aurion Machining Technologies (Helsinki, Finlândia) está divulgando o desenvolvimento de uma tecnologia que utiliza ar ionizado como meio refrigerante e lubrificante nos processos de usinagem, em substituição aos tradicionais fluidos de corte.

 

A base da tecnologia consiste no uso de ar ionizado para gerar um processo eletroquímico que resulta na perda de elétrons e na transformação do nível atômico do meio gasoso da Aurion na superfície de corte. O processo eletroquímico funciona como um lubrificante seco no processo de corte, penetrando na zona de corte e otimizando a interação entre a aresta da ferramenta e a peça e acelerando a formação da camada de óxido de modo a reduzir o atrito, a tensão térmica e o desgaste da ferramenta.

 

O sistema da Aurion é composto por uma unidade ionizadora, um controlador e uma unidade de resfriamento de ar. Conectado à uma rede de ar comprimido da fábrica e às máquinas CNC, ele opera sob pressão do ar ionizado na faixa de 2 a 3 bar, e sob temperatura entre -10°C e +10°C durante as operações de usinagem.

 

Em comunicado à imprensa, a empresa informou que a tecnologia é resultado de anos de trabalho de pesquisa e desenvolvimento industrial, nos quais as suas propriedades técnicas foram comprovadas em testes exaustivos realizados por instituições conceituadas e parceiros industriais. Recentemente, o Centro de Pesquisa de Manufatura Avançada (AMRC) da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, validou o desenvolvimento ao obter bons resultados no fresamento de titânio.

 

Viabilidade econômica

 

De acordo com a Aurion, milhares de testes executados provaram que o uso do ar ionizado garante pelo menos a mesma qualidade e desempenho da usinagem que utiliza os fluidos de corte tradicionais, tomando-se por parâmetros de comparação a velocidade de corte, a vida útil da ferramenta e a qualidade da superfície obtida. Uma vantagem adicional é o uso de ar limpo ionizado, que é seguro para operadores e para o maquinário, atendendo a altos padrões em relação ao nível de resíduos em peças de trabalho.

 

Integração em equipamentos já existentes

 

Adequada para todas as aplicações e materiais de usinagem, a tecnologia pode ser integrada em em máquinas novas ou antigas, seja pela instalação de tubulação externa para a zona de corte ou usando canais de refrigeração já existentes em porta-ferramentas e ferramentas padrão. Esses fatores minimizam o investimento inicial e limitam os custos de transição para o uso de ar ionizado. O tempo de retorno do investimento é calculado pela Aurion entre 3 e 6 meses.

 

Disposta a difundir o uso do sistema de ar ionizado em grande escala no meio industrial, a empresa está promovendo o uso da tecnologia em empresas no mundo todo, e divulgou que ela é totalmente compatível com as atuais regulamentações de sustentabilidade, estando assim direcionada ao desafio crítico da redução das emissões de carbono decorrentes do uso de fluidos metalúrgicos em escala global.

 

Estima-se que o consumo anual global de fluidos de corte exceda 2 mil milhões de litros, mas a quantidade de efluentes derivados pode ser até 10 vezes maior, tendo em vista que a maioria deles é diluída em água antes da sua utilização. O tratamento dos fluidos e a sua disposição, ainda que de forma correta, no meio ambiente têm implicações ambientais e de custo para as empresas de usinagem.

 

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Imagem: Aurion

 

 

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