por Rodney Repullo*

 

 

A integração total entre os sistemas de gestão de negócios (ERP) com as aplicações da produção e operacionais (OT) é a garantia do fluxo ininterrupto e do processamento correto de todos os dados envolvidos na produção industrial e nos negócios. No entanto, essa tarefa apresenta uma série de desafios a serem superados cotidianamente.

 

O objetivo dessa integração deve ser o de alcançar uma conexão perfeita entre todas as redes de comunicação, sistemas e aplicativos da empresa, ou seja, desde o chão de fábrica até a alta gestão da companhia. E isso inclui a combinação de sistemas que abranjam o uso de software e hardware em todos os níveis, incluindo a captação de dados gerados a partir de tarefas realizadas por equipamentos e máquinas diversas.

 

A digitalização abrangente e os projetos bem-sucedidos da gestão empresarial e da produção não podem ser implementados com silos de dados e aplicações isoladamente, em níveis organizacionais apartados da visão geral do negócio.

 

 

Combinando dados de máquina, organizacionais e operacionais

Os dados são gerados no ERP e na produção (TO) e devem ser considerados para se obter uma visão geral do negócio, e a interseção entre ambos os ambientes deve ocorrer sem fissuras. Por exemplo, sistemas técnicos e inteligentes geram dados de máquinas e plantas industriais no nível da produção, enquanto dados gerenciais administrativos referentes ao estoque, pedidos de clientes e de logística estão ligados ao ERP.

 

O Big Data e o Advanced Analytics possuem um papel decisivo em termos operacionais e estratégicos, tanto para o departamento de produção quanto para o resto da organização, principalmente quando se deseja ter dados reais em tempo real para justificar os investimentos. A quebra de silos de dados e a integração perfeita de sistemas e dados em todos os níveis se torna, então, fundamental para o sucesso deste processo.

 

Com o uso correto da análise de dados, que proporciona a integração entre os sistemas utilizados, as empresas ganham eficiência, transparência e insights sobre todas as fontes de dados, possibilitando a obtenção de uma visão abrangente sobre os dados gerados pelas aplicações de OT e ERP, tornando mais fácil aos tomadores de decisão a realização de análises mais precisas e de maneira holística.

 

 

Aproveitando a análise de dados de gestão e de OT

A integração eficiente entre o ERP e OT significa muito mais do que a conexão puramente técnica de software e hardware no nível organizacional e de produção. Para aumentar a digitalização como uma oportunidade impulsionadora da melhoria dos negócios, as equipes de ERP e OT devem trabalhar em conjunto. Para isso, necessitam de tecnologias que facilitem este trabalho.

 

Por que isso é necessário? Os obstáculos que surgem devem ser superados em conjunto. Por exemplo, conectar redes de dispositivos OT com redes de dados de ERP pode ser um grande desafio se isso não for pensado e corretamente planejado, o que pode levar à implementação de um sistema de produção moderno em rede a criar gargalos imensos no sistema de gestão e longas interrupções das atividades das equipes em diversos pontos. A coordenação entre as áreas de negócios e de produção deve acontecer logo no início de um novo projeto ou de modernização dos sistemas de dados.

 

 

Dicas para comprar um novo sistema tecnológico de análise

Existem no mercado várias ferramentas analíticas muito ricas em recursos, com diversas características que devem ser analisadas no que tange a fazer a escolha correta por uma delas, ou promover uma combinação entre elas. A escolha depende dos objetivos de cada projeto e deve observar os seguintes fatores:

 

Ser low code ou no code: sim, porque fazer as coisas de forma mais rápida depende de não perder tempo com intermináveis linhas de códigos. A entrega rápida e contínua é uma necessidade de mercado e para a agilidade dos negócios;

 

Possuir um assistente passo a passo: para otimizar o tempo de aprendizado das equipes e usuários envolvidos. O sistema de análise dos sistemas e de dados deve ser intuitivo para permitir uma utilização muito mais rápida;

 

Oferecer um mecanismo integrado de previsão pronto para uso: para possibilitar que a manutenção preditiva e as previsões de demanda sejam realizadas sem esforço excessivo;

 

Possuir ferramentas intuitivas de criação de painéis: que contem com recursos para a elaboração de relatórios detalhados;

 

Oferecer alertas e notificações executáveis: para os gerentes de negócios e gestão da operação industrial.

 

 

Mais: as soluções de integração e digitalização devem ser independentes do fornecedor (agnósticas) e oferecer ferramentas plug-and-play modernas e à prova de futuro, ou seja, que sejam adequadas à evolução permanente e garantida. Também é necessário reunir todos os processos e sistemas de negócios ERP e OT de maneira completa e centralizada para facilitar a comunicação de dados entre os sistemas de gestão empresarial, de relacionamento com clientes e vendas (CRM), manufatura e chão de fábrica (MRP), gestão de transporte e logística (TMS), logística e transportes (WMS), Internet das Coisas (IoT), gestão de processos de negócios (BPM), entre outros, sejam na rede local, on premise (ou “na premissa”, em tradução para o português), na nuvem ou para dispositivos móveis.

 

Não se pode deixar de levar em conta, também, que será sempre necessária uma estreita cooperação entre todas as partes interessadas para conectar de forma confiável os sistemas de ERP e OT, o que é fundamental para o sucesso dos negócios na era da transformação digital.

 

 

*Rodney Repullo é CEO da Magic Software Brasil.


 

Imagem: Pixabay



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