Uma solução voltada ao combate a insetos em plantações de frutas foi criada a partir da resina de polietileno (PE) da Braskem em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Multinova, fabricante de produtos plásticos. O aditivo empregado promoveu efeito similar ao método convencional, porém, livre de inseticidas.

 

O Tripes – nome popular dado ao inseto que prejudica a produção de frutos, raízes, legumes, entre outros – ataca principalmente a produção de bananas nas estações mais quentes do ano, favorecendo o aparecimento de erupções na casca (pontos escuros em alto relevo), diminuindo a qualidade visual da fruta.

 

De acordo com as empresas, o aditivo utilizado para controlar a ação de incidência do sol foi produzido com o mesmo comprimento de onda da visão do inseto. Desta forma, ao entrar na sacola, o inseto não consegue enxergar e isso o faz sair do ambiente planta/saco plástico. A vantagem do filme é servir como alternativa ao uso de agroquímicos para combater esse tipo de praga.

 

Outra vantagem seria a facilidade e rapidez da instalação – o filme deve ser colocado logo no início da formação da flor da banana (coração), permanecendo até sua colheita –, uma vez que não necessita de mão-de-obra especializada para manuseio de produtos químicos. Consequentemente, o custo com a aplicação diminui. Além disso, após o uso e descarte adequado, o material é 100% reciclável e pode ser transformado em outra solução porque não contém agentes inseticidas.

 

Os estudos para o desenvolvimento da solução começaram em 2018, com testes preliminares da região do Vale do Ribeira (SP). Em 2019, com os primeiros resultados positivos em mãos, as pesquisas foram ampliadas para propriedades rurais nos estados da Bahia, Ceará, Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina. Os testes foram acompanhados pela Unesp, que confirmou que o produto apresentou desempenho similar ao tratamento convencional, no qual se utiliza sacos plásticos com inseticida ou à pulverização de inseticida diretamente no cacho de banana.

 

Segundo Juliana Domingues Lima, professora da Unesp responsável por acompanhar os testes, a produção de alimento segura e a adoção de práticas de produção menos prejudiciais ao meio ambiente e aos trabalhadores rurais estão sendo cada vez mais requeridas e, nesse sentido, a indústria de insumos agrícolas, os pesquisadores e os produtores também buscam por inovações que atendam às novas exigências.

 

Segundo a Braskem, o filme será lançado no mercado este mês e a expectativa é atingir capacidade de produção de 7.000 toneladas por ano de matéria-prima específica para essa finalidade. “O agronegócio é um dos principais setores da economia brasileira e um dos principais mercados para a Braskem. Nesse sentido, estamos empenhados em desenvolver soluções que agreguem mais valor à produção agrícola e que garantam mais sustentabilidade ao negócio dos produtores rurais”, explica a agrônoma Beatriz Gallucci, parte da equipe da Plataforma Agro da Braskem.

 

Fotos: Braskem

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