A sueca Sandvik, com subsidiária em São Pailo (SP) desenvolveu o processo e os pós metálicos utilizados na manufatura aditiva (impressão 3D) de componentes de metal duro à base de carbeto cementado, um material de extrema dureza normalmente utilizado na fabricação de itens cujo uso implica grande desgaste, a exemplo das ferramentas de corte.

 

Devido à sua dureza inerente, os carbetos cementados são de difícil usinagem, principalmente quando se trata de geometrias complexas, o que levou a empresa a pesquisar a possibilidade de fabricar componentes com este material por meio da manufatura aditiva. Para isso, criou a abordagem “Planeje, Imprima, Aperfeiçoe”, segundo a qual a impressão é apenas uma das sete etapas a serem dominadas para se ter sucesso com a industrialização da manufatura aditiva.

 

A obtenção do material sob medida, tanto do ponto de vista do processo quanto da aplicação, é o primeiro e talvez o passo mais importante, conforme comentou Anders Ohlsson, gerente de produto principal da Sandvik Additive Manufacturing: “O componente mais crítico em nosso processo é trabalhar com pós que tenham as propriedades certas. Acima de tudo, a alta densidade tem um impacto crucial na qualidade alcançável em termos de propriedades e geometria. Por isso a Sandvik desenvolveu um pó e um processo únicos. Com pós comerciais, você pode fazer coisas que parecem legais, mas que não funcionam de verdade”. Trata-se de um dos, se não o mais duro dos materiais até hoje disponíveis para impressão.

 

De acordo com o gerente, as peças moldadas os pós especiais são adequadas para uso em aplicações reais, em ambientes exigentes e na produção em série, com a vantagem de que a capacidade de imprimir o metal duro em 3D acelera drasticamente o tempo de lançamento de novos itens no mercado, que caiu de de 6 a 12 meses para algumas semanas. “Ao implementar a manufatura aditiva em seu negócio, basicamente eliminam-se todas as restrições de projeto, permitindo a concepção de componentes com base nas necessidades e requisitos operacionais, e não nas restrições do processo”.

 

Um diferencial importante em comparação com outros materiais é o fato de que o metal duro, com sua estrutura de matriz consistindo principalmente de cobalto e carbeto de tungstênio, é excepcionalmente resistente. Graças à extrema durabilidade, os componentes impressos são adequados para a maioria das indústrias que buscam otimizar a eficiência da produção – incluindo aquelas que operam em ambientes sob condições severas.

 

Fotos: Sandvik





 

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#impressão3Ddemetais

 



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