O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) (São Paulo, SP) está liderando um projeto voltado para a cadeia automotiva, com a participação de mais três instituições de ciência e tecnologia, duas ferramentarias, uma empresa usuária de ferramental e duas montadoras.

 

O objetivo principal do projeto é capacitar ferramentarias nacionais para o desenvolvimento de projeto e fabricação de ferramental específico para processamento de materiais compósitos estruturais por estampagem a quente, a ser usado em aplicações automotivas de elevada cadência produtiva. O projeto envolve recursos totais de R$ 8,6 milhões, sendo a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (FUNDEP) responsável por um aporte de R$ 5,6 milhões, sendo o restante custeado pelos parceiros, dentro do Programa Rota 2030, Linha IV, Eixo III (Tecnologias Disruptivas).

 

O Programa Rota 2030 foi criado pelo Governo Federal com o objetivo de prover uma política industrial de longo prazo para o setor automotivo e de autopeças, estimulando o investimento e o fortalecimento das empresas brasileiras do setor. O programa define normas para a fabricação e a comercialização de veículos nacionais, tendo em vista os próximos quinze anos de operação da indústria automotiva – divididos em três ciclos quinquenais.

 

As ferramentarias nacionais enfrentam uma alta concorrência externa, principalmente quando se considera o mercado asiático, que possui empresas capazes de entregar ferramental de alto valor agregado, com custos e prazos de entrega menores, quando comparados às empresas nacionais.

 

"Os materiais compósitos têm grande potencial para a redução de peso da estrutura final de um veículo. Pretende-se, assim, potencializar a competitividade da ferramentaria nacional em nível global neste tema disruptivo, que ainda está em estágio inicial em diversos grupos de pesquisa no mundo, principalmente considerando-se componentes estruturais” comentou o gerente técnico do Laboratório de Estruturas Leves do IPT e coordenador do projeto, Alessandro Guimarães.

 

O projeto de 36 meses é desenvolvido por uma rede de profissionais de quatro institutos de ciência e tecnologia (o IPT, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA, a Universidade Estadual Paulista - UNESP e a Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP), duas ferramentarias (FHS e Stampway), uma empresa usuária de ferramental (Maxion Structural Components) e duas montadoras, a Iveco Latin America (veículos pesados) e a Stellantis Brasil (veículos de passeio).

 

O projeto compreende as principais fases de desenvolvimento de ferramental e processamento de compósitos, com base em quatro pilares: simulação computacional; projeto e fabricação do ferramental; estudo do processamento de compósitos, e processos de usinagem do compósito final.

 

Cada empresa ou instituição de pesquisa é responsável por um ou mais destes pilares, trabalhando de maneira coordenada para o cumprimento do plano de trabalho proposto, enquanto as duas montadoras envolvidas no projeto estão definindo os requisitos do produto final, dividido para os segmentos de veículos de passeio e de carga. "O conhecimento desenvolvido no projeto poderá gerar demandas para todo o setor, desde as ferramentarias, passando pela empresa de autopeças e chegando à aplicação final nas montadoras, além de gerar conhecimento estratégico para a academia", resumiu Guimarães. O projeto tem previsão de término em dezembro de 2023.

 

Foto (IPT): Ensaio de fadiga em materiais compósitos para o setor automotivo


 

Leia também:


Sistema visa as necessidades de usinagem das ferramentarias

 

Pesquisa baseada em imagens no desenvolvimento de fluidos de corte

 

#Rota2030

#ferramentarias


 



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