Muitas superfícies sujeitas a contaminação não podem ser desinfetadas quimicamente. Neste caso, uma solução é a radiação UV de alta energia, com um comprimento de onda de 100-280 nanômetros (UV-C), capaz de matar microorganismos, incluindo o coronavírus. Porém, a dose eficaz de radiação também tem potencial para destruir as macromoléculas orgânicas dos plásticos, acelerando a sua degradação ou falha. Por isso o Instituto Fraunhofer para Durabilidade Estrutural e Confiabilidade de Sistemas (LBF), da Alemanha, iniciou um projeto visando entender melhor o envelhecimento do plástico causado pelos raios UV, prevenindo a sua deterioração e tornando possível a desinfecção UV-C desses materiais de forma irrestrita.

Desde o início da pandemia de Covid-19, a desinfecção com radiação UV-C tem atraído cada vez mais interesse, não só para aplicação em máscaras de proteção ou têxteis, mas também em superfícies potencialmente contaminadas em lojas de departamentos, shopping centers, estações de trem, aeroportos, bem como hospitais ou laboratórios de teste, as quais podem ser desinfetadas de forma rápida, fácil e automática.

Esse tipo de assepsia já é uma prática em determinadas situações, a exemplo de escadas rolantes, nas quais é instalado um módulo de desinfecção embutido no retorno blindado do corrimão, que é continuamente irradiado e mantido livre de germes. Além de conter a pandemia, esta medida também garante a segurança, já que muitas pessoas evitam segurar no corrimão devido ao risco de infecção. Os materiais em questão, no entanto, tendem a se degradar devido à exposição constante à radiação.

Durante uma pandemia, soluções rápidas são necessárias de início, mas com o passar do tempo é preciso também evitar que sistemas, edifícios ou instalações laboratoriais sejam danificados pela radiação UV-C de alta energia, de forma que seu valor seja mantido durante o ciclo de vida planejado ", afirmou Robert Brüll, Gerente de Grupo de Análise de Materiais do Fraunhofer LBF.

 

Poucos estudos sobre o assunto

Até o momento quase não foram feitos estudos sobre o envelhecimento de plásticos devido à radiação UV-C de alta energia. “Os mecanismos exatos de danos ao polímero não são conhecidos, nem foi pesquisado o efeito de fatores adicionais como umidade e temperatura. O mesmo se aplica à forma como os estabilizadores atuam contra a fotooxidação UV-C. No entanto, tudo isso é um pré-requisito para a seleção direcionada de materiais poliméricos, o desenvolvimento de formulações com a maior vida útil possível nas áreas de aplicação de UV-C e o uso de radiação que não seja prejudicial ao material ”, enfatizou Robert Roar, pesquisador do LBF.

Em resposta à demanda da indústria, a divisão de plásticos do Fraunhofer LBF iniciou um projeto interno para investigar a influência do UV-C no envelhecimento dos materiais plásticos tendo como objetivo desenvolver materiais poliméricos estáveis aos raios. Para isso, está convidando as empresas interessadas, por exemplo nas áreas de tecnologia de radiação, comércio e transporte ou materiais plásticos, a cooperar.

Serão analisados diferentes tipos de polímeros, incluindo os elastômeros (luvas, esteiras, corrimãos ou revestimento de cabos), os termoplásticos (embalagens de alimentos, invólucros, dutos de cabos, etc.) e tintas (por exemplo, prateleiras em supermercados).

Foto: Fraunhofer LBF

 

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