Natal Pasqualetti Neto*



 

No que tange às prensas mecânicas usadas para estampagem de metais, quanto maior for o seu porte, maior é a sua energia. As maiores com as quais eu trabalhei foram prensas transfer com vários martelos, que contavam com dois motores para girar o volante

 

 

As prensas mecânicas tradicionais utilizam motor de indução trifásico controlado por um inversor de frequência. O volante da prensa é muito pesado, e na partida e parada do motor temos que programar as rampas de aceleração e desaceleração para termos uma partida e uma parada suaves.

 

 

A programação dessas rampas é definida no projeto da prensa e não deve ser alterada. Uma programação incorreta pode levar à ocorrência de grandes danos ao motor e/ou à correia de transmissão.

 

Com relação à operação da máquina, é indicado que a partida do motor seja feita com velocidade baixa. Após o motor apresentar a velocidade inicial, aí então deve ser feita a regulagem para a velocidade de trabalho desejada.

 

Quanto maior for a inércia do volante maior será o tempo de partida do motor. Normalmente, uma luz de sinalização intermitente indica que o motor ainda não apresentou a sua velocidade de trabalho.

 

Uma vez que o volante está girando, e a prensa está pronta para operação, será transmitida a energia para o eixo de acionamento através da embreagem.

 

Devido à inércia do eixo de acionamento, do trem de engrenagens e mecanismo de acionamento, o engate brusco da embreagem gera um impacto nesses componentes, reduzindo a vida deles.

 

Devido a esse fator, muitos fornecedores de embreagem oferecem sistema de controle do engate de forma a termos um amortecimento. Este amortecimento é feito em duas etapas.

 

 

Como o engate da embreagem é feito por pressão hidráulica, inicialmente temos uma pressão baixa (engate suave) para acoplar o volante ao eixo de acionamento, e iniciar o movimento. Em seguida é aumentada a pressão para obter o torque de trabalho da prensa.

 

 

 

No freio o engate é feito por molas, e temos que providenciar a despressurização hidráulica para as molas atuarem. Para o amortecimento da frenagem a despressurização é feita em duas etapas:

 

 

 

Importante: por motivo de segurança não é permitido utilizar amortecimento do freio no movimento de descida do martelo. O amortecimento do freio é utilizado normalmente durante a subida do martelo na parada no PMS (ponto morto superior).

 


 

 

 

 

 

*Natal Pasqualetti Neto é engenheiro mecânico pós-graduado em Automação Industrial pelo Centro Universitário FEI (São Bernardo do Campo, SP). Sócio Proprietário da NATAL Treinamento e Consultoria – www.natal.eng.br.



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