Natal Pasqualetti Neto*


 

As prensas mecânicas de grande porte possuem centenas de peças e componentes a serem lubrificados, tais como engrenagens, buchas, guias do martelo etc. Dessa forma, a lubrificação é quase toda automática.



 

 

Lubrificação manual e automática nas prensas mecânicas de grande porte


Lubrificação manual: é aquela que requer uma pessoa para a sua execução. Como exemplos, a lubrificação de rolamentos de motores elétricos, a troca de óleo dos reservatórios etc;

 

Lubrificação automática: como o próprio nome diz, é feita automaticamente por uma bomba hidráulica, que é acionada ao ligar a prensa.


 

Um problema comum em dias frios, quando a máquina fica parada por um certo tempo, é a dificuldade de colocar a prensa para funcionar. O óleo frio engrossa e tem dificuldade para passar pela tubulação, não atinge a vazão mínima de lubrificação e causa falha no sistema. Com isso, o operador tem que ter paciência para deixar a máquina “pronta para funcionar”.

 

Hoje em dia, é comum fornecer tanques de óleo de lubrificação que contam com aquecedores. Se a temperatura estiver abaixo do mínimo requerido, o aquecedor liga e aquece o óleo até que ele obtenha a temperatura de trabalho. No momento em que é obtida a temperatura de trabalho, o aquecedor desliga automaticamente.

 

 

A lubrificação automática se divide em dois tipos

 

Lubrificação contínua: o lubrificante é enviado, o tempo todo, para o ponto a ser lubrificado;

 

Lubrificação intermitente: o lubrificante é enviado em períodos pré-definidos. Como exemplo, o compensador de peso do martelo é lubrificado com uma pequena dosagem de lubrificante a cada certo número de golpes da prensa.

 

A unidade hidráulica de lubrificação, normalmente, fica no piso ou no porão.



 

 

Devido ao fato de as prensas trabalharem 24 horas por dia, é comum o uso de filtro duplo, a fim de permitir a manutenção do filtro sem que a máquina pare de operar.

 

Ao contrário do que muitos pensam, lubrificar as peças e componentes de uma prensa não é somente enviar óleo para essas partes. Para cada ponto é calculada a vazão necessária de lubrificante. Por exemplo, se vamos lubrificar uma bucha, é preciso calcular a vazão necessária de lubrificante devido às dimensões da bucha, à folga entre o eixo e a bucha, velocidade de rotação do eixo etc.


 

Para lubrificar as peças e componentes com a dosagem correta, normalmente são utilizados os distribuidores progressivos.

 


 

Os distribuidores progressivos são montados em blocos, e para o bloco funcionar são necessárias, no mínimo, três fatias  duas fatias para o fechamento inferior e superior, e uma fatia intermediária. O aumento do número de pontos a receberem lubrificação é feito pelo aumento de fatias intermediárias.

 

O bloco funciona pela pressão do lubrificante, que é exercida pela bomba, e cada fatia acionada libera o acionamento de outra fatia. Se qualquer fatia travar, todo o bloco é travado.

 

Princípio de funcionamento de um bloco com três fatias e seis pontos:


 


 

Para monitorar o funcionamento do distribuidor, uma das fatias possui uma haste no pistão, a qual avança para fora da carcaça e atua um sensor. A dosagem é monitorada pelo número de ciclos por minuto de funcionamento do distribuidor.


 


 

Nas máquinas antigas a lubrificação é feita por um distribuidor-mestre. Neste caso, quando ocorria uma falha, o pessoal da manutenção tinha que procurar por todo o sistema.


 


 

Nas máquinas atuais os blocos de distribuidores são individuais e contam com um controlador de fluxo na entrada, e cada linha possui um sensor. No caso de falha, é indicado na tela do painel IHM (Interface Humano Máquina) qual é o bloco que apresenta falha.


 

 

Em se tratando de lubrificação automática intermitente, algumas máquinas antigas possuem duas unidades hidráulicas, sendo uma unidade para a lubrificação automática contínua e outra para a lubrificação automática intermitente, e esta última alimenta um sistema de distribuição de linha simples.

 

Hoje em dia, se utiliza uma única unidade hidráulica e a lubrificação intermitente também é feita com distribuidor progressivo, mas, usando uma válvula NF (Normalmente Fechada) antes do distribuidor. Ao ligar a máquina a válvula é aberta por alguns segundos e, posteriormente, é sempre aberta por alguns segundos após um determinado número de golpes.


 


 

 


 

 

 

*Pasqualetti Neto é engenheiro mecânico pós-graduado em Automação Industrial pelo Centro Universitário FEI (São Bernardo do Campo, SP). Sócio Proprietário da NATAL Treinamento e Consultoria – www.natal.eng.br.



Mais Notícias CCM



Distribuição de carga na mesa da prensa

A deformação máxima na mesa e no martelo da prensa, e a aplicação da força nominal, são alguns dos fatores a serem considerados na estampagem de chapas.

22/04/2024


Centro de força da ferramenta

Orientações sobre como calcular o centro de forças da ferramenta na prensa de forma a evitar a ocorrência de danos à máquina.

10/04/2024


Considerações importantes para o avanço correto do passo na alimentação de fitas

A alimentação de chapas em prensas pode ser influenciada por diversas variáveis durante a execução de processos de estampagem. Alguns fatores que podem afetar as operações realizadas no chão de fábrica são comentados a seguir.

22/03/2024