VII Inventário do parque de máquinas para corte e conformação de metais


A pesquisa a partir da qual são inventariadas as máquinas-ferramenta voltadas para o corte e conformação de metais instaladas nas empresas que constam do banco de dados da Aranda Editora chega à sua 7a edição, com a apuração de dados obtidos por meio de respostas espontâneas a um questionário aplicado por via eletrônica. A pesquisa deste ano reflete o contexto de recessão econômica atual, com a redução expressiva do número de empresas, de máquinas em operação e a perspectiva de poucos investimentos. As informações apuradas, no entanto, apontam a lenta, mas constante evolução tecnológica do parque industrial do setor, com mais representatividade dos modelos a comando numérico, por exemplo.


Adalberto Rezende e Hellen Souza, da redação

Data: 22/12/2016

Edição: CCM Dezembro 2016 - Ano - XI No 140

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Fig. 1 – Distribuição geográfica das empresas pesquisadas em 2016

Esta pesquisa, assim como suas edições anteriores, abrange exclussivamente o setor de máquinas-ferramenta para corte e conformação de metais, e é realizada com o intuito de proporcionar ao leitor um panorama do parque industrial brasileiro que conta com estes tipos de equipamentos. Trata-se de um levantamento bianual, realizado nos anos pares, e que teve sua primeira versão na 467 a edição da revista Máquinas e Metais, publicada em dezembro de 2004, passando a ser publicado na revista Corte e Conformação de Metais a partir de 2006.

No que diz respeito à classificação das máquinas-ferramenta utilizadas para corte e conformação, existem 26 grupos distintos, sendo especificada neste estudo tanto a quantidade total de equipamentos pertencentes a cada um deles como a de modelos convencionais e equipados com CNC, além da quantidade de máquinas distribuídas por faixa de idade. Também constam deste trabalho informações relativas aos investimentos voltados para esta área realizados pelas empresas nos últimos 12 meses, as quais foram estruturadas de forma a possibilitar a elaboração de um cenário no qual estão inseridos os setores e as regiões do País onde se concentraram estes investimentos, assim como foi apontado o índice de intenção de compra de novos modelos para o período de um ano após o levantamento, o campo de atuação, o porte das companhias que pretendem adquiri-los e as principais formas de pagamento.

O levantamento traz ainda dados sobre a proporção de máquinas nacionais em relação às importadas, de modo a exemplificar a situação desse segmento na indústria brasileira.

Instrumento de pesquisa

O levantamento de dados necessários à produção dos inventários de máquinas realizados pela Aranda Editora é feito por meio de questionários estruturados conforme critérios básicos de coerência e consistência. Eles podem ser acessados por meio de um link que é enviado para cada uma das empresas convidadas a participar da pesquisa (veja mais detalhes no box, pág 13).

Fig. número2 – Porte das empresas de acordo com o de funcionários em 2016

As pesquisas conduzidas a partir da aplicação de questionários estão entre as mais comuns e frequentemente utilizadas para a realização de análises mercadológicas, previsões e detecção de tendências. Entre as suas vantagens está a grande abrangência de empresas e de áreas geográficas, além da garantia de privacidade do entrevistado. Entretanto, apresentam algumas desvantagens como, por exemplo, a impossibilidade de auxiliar o responsável pelo preenchimento do questionário em caso de dúvidas ou dificuldade de compreensão do seu conteúdo.

Visando evitar problemas, foi desenvolvido um questionário padrão de fácil compreensão e preenchimento, que tem possibilitado a redução da ocorrência de dúvidas. Apesar disso, para garantir a qualidade das respostas, principalmente nos quesitos coerência e consistência, os respondentes são contatados pela Aranda Editora durante o processo de análise dos questionários preenchidos. Esse tipo de procedimento se faz necessário quando são observadas inconsistências devido a dúvidas ou erros de preenchimento.

Resultados

Esta pesquisa abrange as empresas que têm máquinas-ferramenta de corte e conformação de metais em suas instalações, independentemente de possuírem ou não outros tipos de equipamentos. A base do estudo sobre a qual é feita a projeção de dados é formada por 9.349 empresas. Ao comparar os dados dos levantamentos feitos em 2004, 2006, 2008, 2010, 2012 e 2014, observa-se que a quantidade total de máquinas inventariadas passou de 87.590 em 2004 para 142.737 em 2006, saltando para 147.006 em 2008, 147.981 em 2010 e 149.050 em 2012, passando para 142.303 em 2014 e 104.014 em 2016.

A redução do número de máquinas em operação pode ser atribuída à consolidação do parque, com a entrada em operação de modelos mais produtivos em substituição a unidades obsoletas, além do grande número de fusões e aquisições de que se teve notícia nos últimos anos. Igualmente impactantes são as mudanças de ramo de muitas empresas e mesmo o encerramento das atividades de algumas delas, em razão do persistente contexto recessivo mundial somado à instabilidade política interna, que praticamente paralisou a atividade econômica desde o agravamento da crise.

Observou-se, no entanto, uma mudança de perfil do parque produtivo, com o aumento gradual do número de equipamentos em operação com mais recursos tecnológicos.

A quantidade de máquinas CNC, que representava 8,4% do total em 2004, passou para 8,6% em 2006, 12% em 2008, 12,1% em 2010, 18,1% em 2012, 21,1% em 2014 e 25,3% em 2016, resultando em uma média de 2,81 máquinas CNC por empresa, contra 1,05 em 2004, 1,22 em 2006, 1,76 em 2008, 1,85 em 2010, 2,75 em 2012 e 3,08 em 2014. A média de máquinas convencionais passou de 11,5 unidades por empresa em 2014 para 8,28 em 2016.

Localização e porte das empresas

A distribuição geográfica das empresas pesquisadas é apresentada na figura 1, a qual mostra que a maior concentração delas ocorre na Grande São Paulo, com 23,3% do total. As que estão localizadas no Interior do Estado de São Paulo representam 22,2%. No Estado de São Paulo, portanto, encontram-se 45,5% do montante de empresas pesquisadas. Em seguida estão Minas Gerais, com 12,9%, Rio Grande do Sul, com 12,5%, Paraná, com 8,9%, Santa Catarina, com 6,4%, e Rio de Janeiro, com 4,2%. Os demais estados não relacionados concentram 9,6% do total das empresas estudadas. Em relação à pesquisa anterior, observase que os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro tiveram um pequeno aumento do número de máquinas, com incremento de 3 pontos e um ponto percentual, respectivamente.

O ranking das empresas divididas por porte também é um pouco diferente do observado no inventário de 2014, como mostra a figura 2 (pág. 13). Continuam em primeiro lugar as empresas com até 50 funcionários, com 63% de participação até este ano, seguidas das que possuem de 51 a 100 colaboradores, com índice de atuação de 16,4%, que antes ocupavam a atual posição das companhias com 101 a 500 empregados, apresentando índice de participação de 15,2 %. As que possuem quadro funcional com mais de 1.000 membros representam apenas 2,9%, pouco mais que os 2,5% atribuídos às que têm um contingente de 501 a 1.000 colaboradores.

A tabela 1 mostra a distribuição por ramo de atividade e localização geográfica das empresas que participaram da pesquisa. Novamente foi constatada alternância de posições, neste caso entre os setores de estampagem e de produção de maquinário. O ramo de atividades com maior número de estabelecimentos continua sendo o de prestação de serviços de corte e dobramento de chapas (15,4% do total) e o segundo passou a ser o de estampagem (9,8% do total), que superou o segmento de fabricação de máquinas em geral (9,4% do total), uma consequência natural do período recessivo atual, que atingiu em cheio os fabricantes de máquinas.

A tabela 2 (pág. 17) mostra a distribuição das empresas por atividade e porte. Foi constatado, a partir dos dados obtidos, que a maioria das companhias pesquisadas é de pequeno porte (com até 50 funcionários). Isso faz com que elas estejam presentes em praticamente todos os ramos de atividade descritos na tabela, com exceção da categoria “outros”, assim como observado em 2014.

Investimentos

Os dados tratados nesta parte da pesquisa apresentam a quantidade de máquinas adquiridas nos últimos 12 meses pelas empresas pesquisadas, além do índice de participação de cada ramo de atividade nessas compras: 146 das empresas respondentes, ou seja, 30,4% do total, compraram máquinas no período. Este foi o menor dos percentuais dos últimos cinco levantamentos: em 2006 62,9% das empresas participantes informaram ter adquirido equipamentos no mesmo período, índice que passou para 58,9% em 2008, caiu para 46,8% em 2010 e voltou a crescer em 2012, saltando para 50,8%, apresentando nova queda em 2014 e passando para 44,7%. Em relação à quantidade absoluta de máquinas adquiridas, observa-se que 2016 apresentou o menor volume, totalizando 294 máquinas contra 834 em 2014, 1.088 em 2012, 1.233 em 2010, 1.185 em 2008 e 1.639 em 2006. Novamente aqui os números expressam com precisão as consequências do contexto macroeconômico sobre o dia a dia das empresas.

A tabela 3 (pág. 17) apresenta a distribuição geográfica das máquinas compradas nos últimos 12 meses, que perfazem um total de 294. Em média, cada empresa adquiriu duas máquinas no período abordado, a menor quantidade observada em relação às quatro pesquisas anteriores: foram compradas 2,4 máquinas em 2014, 2,9 em 2012, 2,8 em 2010 e 2,7 em 2008.

Com base nessa tabela, foi constatado que as empresas situadas no Interior de São Paulo ultrapassaram as da Grande São Paulo em aquisição de máquinas, em relação ao inventário anterior, sendo a primeira categoria a compradora de 54 máquinas, enquanto a segunda adquiriu 51, o que equivale a 18,4% e 17,3% do montante, respectivamente. Foi observada também grande alternância das posições dos demais estados abordados. O Paraná, que antes era o 5o do ranking, ocupa a terceira colocação com 47 máquinas compradas (16% do total), seguido de Minas Gerais – em 7o lugar em 2014 –, que consumiu 37 unidades, e de outros estados não relacionados – 6a posição no inventário anterior –, que juntos adquiriram 33 (valores que representam 12,6% e 11,2% do total, respectivamente). Rio de Janeiro, que ocupava a 8a colocação em 2014, ascendeu duas posições no ranking atual, apontado como comprador de 26 máquinas, seguido de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que adquiriram 24 e 22 equipamentos, respectivamente – na sexta edição desta pesquisa o estado catarinense ocupava o 4o lugar e o gaúcho o 3o.

No cômputo geral, comparando os dados atuais com os de 2014, a região Sudeste continua liderando as compras com 57,1% do total de máquinas adquiridas, enquanto a Sul tem índice de 31,6% e as demais regiões do País correspondem a 11,3%.

No que diz respeito às empresas que investiram em maquinário nacional e importado nos últimos 12 meses, conforme mostram as tabelas 4 (pág. 17) e 5, as que contam com até 50 funcionários lideram o quadro, sendo responsáveis pela compra de 152 unidades que são equivalentes a 51,7% do montante adquirido no período estudado. Em seguida estão as companhias que possuem de 51 a 100 empregados, que superaram as que têm de 101 a 500 colaboradores, sendo as primeiras compradoras de 61 máquinas, 20,7% do total, e as segundas consumidoras de 58 equipamentos, 19,7% da gama absorvida. As companhias com mais de 1.000 empregados compraram 14 máquinas e representam 4,8% das aquisições, enquanto as que têm de 501 a 1.000 o fizeram com 9 unidades e são responsáveis por 3,1% das compras. A predominância da liderança de empresas de pequeno porte (até 50 funcionários) no que tange aos investimentos feitos em máquinas da classe aqui tratada pode ser observada a partir das pesquisas feitas anteriormente. Elas seguiram como principais até 2010, foram superadas em 2012 pelas companhias cujo quadro funcional é de 101 a 500 membros e reassumiram o primeiro lugar em 2014.

Fig. 3 – Máquinas adquiridas nos últimos 12 meses, classificadas conforme o tipo e também por região do País em 2016.

Fig. 4 –classificadas porte das 2016. Máquinas adquiridas nos últimos 12 meses, conforme o tipo de controle que possuem eempresas nas quais se encontram instaladas em 2016

Embora ocupem o 4o e 5o lugar no ranking de aquisições, os grupos que apresentam a maior média de máquinas compradas por empresa são aqueles dos quais fazem parte companhias que têm mais de 1.000 funcionários ou de 501 a 1.000, com 4,7 e 3 equipamentos por empresa, respectivamente. Nesta análise, a menor média de máquinas por empresa, que é de 1,7, pertence às companhias que possuem até 50 funcionários, que são apontadas como as principais investidoras deste segmento. A média geral de máquinas compradas por empresa observada na pesquisa anterior foi de 2,4, contra 2,9 em 2012, 2,8 em 2010 e 2,7 em 2008.

No que diz respeito ao ramo de atividade dos compradores de máquinas, a tabela 6 (pág. 18) mostra que os principais nos últimos 12 meses, considerando apenas empresas industriais, foram os prestadores de serviços de corte e dobramento de chapas, com participação de 22,6% e média de 1,7 máquina adquirida por empresa – grupoeste que demonstrou reação após ter liderado este ranking pela última vez em 2010. Outro setor que ascendeu foi o de estampagem, saindo da 3a colocação, conforme apontou a pesquisa anterior, para a 2a posição neste levantamento, cujo índice de participação nas compras foi de 13% e a média de máquinas adquiridas por empresa de 1,7 unidade, superando o setor automobilístico (montadoras e autopeças), que se encontra em 3o lugar com 9,6% de participação e média de 4,6 máquinas adquiridas por empresa. O grupo “Caldeirarias” também teve notório progresso em relação a 2014, saltando da 6a colocação para a 4 a, atualmente com percentual de participação nas compras de 8,2% e média de 2 máquinas compradas por empresa. As instituições de ensino, que apresentaram a maior participação na compra de maquinário no inventário anterior, apesar de não pertencerem ao conjunto de empresas industriais, perderam posições e apresentam atualmente 3,4% de participação, absorvendo 2,4 máquinas por unidade.

A apuração do número médio de máquinas compradas por empresa aponta que o setor automobilístico foi o que mais adquiriu equipamentos, em que cada companhia absorveu 4,6 unidades, seguido pelos fabricantes de eletroeletrônicos de uso doméstico – que tinham a primeira colocação na pesquisa anterior – e pelos fornecedores de estruturas metálicas e equipamentos para construção civil, compradores de 3 e 2,7 equipamentos por empresa, respectivamente. Nesta análise, o 4o lugar pertence ao segmento de hidráulica e pneumática cuja média passou de 1 unidade para 2,5 desde 2014, o 5o é ocupado pelas instituições de ensino, com média de 2,4 equipamentos adquiridos por empresa, conforme mencionado anteriormente, e o 6o é dividido entre as caldeirarias e os fornecedores de acessórios, componentes e ferramentas para máquinas-ferramenta, ambos apresentando média de 2 equipamentos comprados por empresa. Na 7 a posição se encontram tanto os prestadores de serviços de corte e dobramento de chapas pelos fabricantes de eletroeletrônicos de uso doméstico – que tinham a primeira colocação na pesquisa anterior – e pelos fornecedores de estruturas metálicas e equipamentos para construção civil, compradores de 3 e 2,7 equipamentos por empresa, respectivamente. Nesta análise, o 4o lugar pertence ao segmento de hidráulica e pneumática cuja média passou de 1 unidade para 2,5 desde 2014, o 5o é ocupado pelas instituições de ensino, com média de 2,4 equipamentos adquiridos por empresa, conforme mencionado anteriormente, e o 6o é dividido entre as caldeirarias e os fornecedores de acessórios, componentes e ferramentas para máquinas-ferramenta, ambos apresentando média de 2 equipamentos comprados por empresa. Na 7 a posição se encontram tanto os prestadores de serviços de corte e dobramento de chapas

No que diz respeito à somatória das médias de máquinas adquiridas por companhia distribuídas na tabela 6 (pág. 18), totalizando 33,5 unidades, houve redução de 9,3% da gama de equipamentos comprados em comparação com o inventário de 2014, cujo montante era de 42,8 equipamentos.

Forma de pagamento adotada pelas empresas

A maioria das empresas que participaram desta pesquisa utilizou somente recursos próprios para a aquisição de suas máquinas, o que também foi apontado pela pesquisa anterior. Entretanto, exceto no caso da Grande São Paulo e de Minas Gerais, o ranking dos estados com mais companhias que adquiriram maquinário só utilizando recursos próprios sofreu alterações. Os estados que não fazem parte das regiões Sudeste e Sul e que colaboraram com o levantamento ocupam a primeira colocação – eles estavam em 3o lugar há dois anos –, seguidos pela Grande São Paulo, que manteve a 2a posição, Interior de São Paulo, que saltou do 5o para o 3o lugar, e Minas Gerais, que permaneceu na 4a colocação. Rio de Janeiro, que antes liderava este grupo, atualmente se encontra em 5o, Santa Catarina e Paraná subiram, cada um, uma posição – o primeiro saiu da 7 a para a 6a e o segundo da 8a para a 7 a – e o Rio Grande do Sul passou para o 8o lugar.

A respeito do porte das companhias que mais utilizaram recursos próprios para a aquisição de suas máquinas, quatro grupos de empresas empataram nesta análise, conforme pode ser visto nas tabelas 7 e 8 (págs. 18 e 20, respectivamente).

Máquinas nacionais ou importadas

De um total de 294 máquinas adquiridas declaradas pelas empresas que formam a base de dados deste ano, 210 foram nacionais, ou seja, 71,4%, percentual superior aos 64,1% de 2014 e maior que os 51,1% de 2012, 64,8% de 2010 e 63,5% de 2008, porém, inferior aos 75,6% de 2006 e menor que os 80,2% de 2004. Apesar da crescente oferta de máquinas de procedência asiática e de preço mais acessível que tem sido observada no mercado brasileiro, as fabricantes nacionais ainda predominam na preferência de muitos consumidores, mesmo em tempos recessivos. A quantidade de máquinas adquiridas e o percentual de equipamentos nacionais e importados são mostrados na tabela 5 (pág. 18). Dela constam também dados que apontam que houve ligeira alternância do ranking de companhias compradoras de máquinas nacionais desde o levantamento anterior, tendo em vista que as que têm de 51 a 100 empregados, atualmente consumidoras de 20,7% dos equipamentos, passaram do 3 o para o 2o lugar, superando as empresas que possuem de 101 a 500 colaboradores, que compraram 19,7% desta gama. As que contam com até 50 funcionários continuam sendo as principais consumidoras de maquinário feito no Brasil (51,7% do total) – apesar de a quantidade de equipamentos adquiridos ter sofrido redução de 51,9% em dois anos –, enquanto os grupos das que possuem de 501 a 1.000 empregados ou mais de 1.000 mantiveram suas colocações, permanecendo as primeiras na 5a posição e as a segundas na 4 , adquirindo 3,1% e 4,8% do montante, respectivamente.

Sobre o índice de consumo de máquinas importadas observado nesta pesquisa, foi constatado que também houve mudança de posições entre algumas das empresas classificadas por porte desde 2014. Nesta análise, as que contam com 51 a 100 colaboradores tomaram a 2a colocação, que antes pertencia às que possuem de 101 a 500 empregados. As demais mantiveram seus postos, apesar de também terem comprado menos equipamentos desta classe em relação à pesquisa anterior – redução de 71,9%.

Máquinas convencionais ou CNC

O levantamento abordou os tipos de máquinas compradas nos últimos 12 meses e foi constatado que as convencionais continuam sendo as mais adquiridas desde 2014, representando atualmente 59,9% das aquisições, ao passo que as configuradas com CNC equivalem a 40,1%, conforme mostra a figura 3 (pág. 20). Esta análise permite observar que o consumo de máquinas CNC vem diminuindo desde 2012, quando elas correspondiam a 54,6% do maquinário comprado, passando para 48,3% em 2014, enquanto o montante de equipamentos convencionais absorvido no mesmo período aumentou em aproximadamente 14,5%, de acordo com pesquisas anteriores. Apesar do declínio das aquisições das primeiras, o percentual delas continua representativo e sinaliza a persistência dos setores compradores no que diz respeito à atualização tecnológica do seu parque fabril.

A figura mostra a localização geográfica dos compradores de máquinas convencionais. Os principais se concentram na Grande São Paulo – mesma posição do inventário anterior –, responsáveis pela aquisição de 17,6% das unidades desta classe, seguidos dos situados no Paraná, que absorveram 15,9% desses equipamentos. Estes últimos superaram a clientela instalada no Interior de São Paulo e em Santa Catarina, que antes detinham a 2a e 3a colocação neste ranking, respectivamente. Quanto aos compradores de máquinas CNC, o 1 o lugar pertence aos localizados no Interior de São Paulo, o 2o aos instalados na Grande São Paulo, colocação que pertenceu ao Rio Grande do Sul na pesquisa de 2014, e o 3o diz respeito aos consumidores do estado do Paraná, que mantiveram a sua posição desde o levantamento anterior. O percentual de modelos deste tipo adquiridos por eles foi de, na mesma ordem em que se encontram descritos, 24,6%, 16,9% e 16,1%. A única região que apresentou um maior número de vendas de maquinário CNC em comparação com os modelos convencionais foi o Interior de São Paulo. No Rio Grande do Sul ambos os tipos de máquinas foram absorvidos na mesma proporção.

Analisando o porte das companhias que mais compraram máquinas convencionais e CNC, as que têm até 50 funcionários se destacam, como é mostrado na figura 4 (pág. 21). Elas passaram a ser donas de 54,5% do total de modelos convencionais adquiridos e de 47,5% da gama de máquinas CNC. As empresas que contam com 51 a 100 colaboradores superaram aquelas que têm de 101 a 500, ficando em 2 o lugar: do montante de máquinas adquiridas, elas compraram 18,2% das convencionais e 24,6% das configuradas com CNC, enquanto as companhias que ficaram com a 3a posição o fizeram com 19,3% dos modelos convencionais e 20,3% dos modelos CNC.

Planos de aquisição de maquinário

É importante salientar que os dados publicados neste inventário foram obtidos a partir de uma pesquisa que teve como base respostas espontâneas, cuja finalidade é apresentar uma análise dos planos de aquisição de máquinas para os próximos 12 meses. Por se tratar de intenções de compras no período de um ano, as metas definidas pelas empresas participantes do levantamento estão sujeitas a contingências e, portanto, é necessário examinar os resultados com certa cautela.

O porte das companhias que têm intenção de adquirir máquinário nos próximos 12 meses, bem como a região na qual elas se encontram, estão distribuídos nas tabelas 9 e 9a (pág. 22), 10 e 10a (pág. 24).

Foi constatado que 51,2% das companhias que possuem até 50 funcionários e 44,3% das que têm de 51 a 100 pretendem adquirir equipamentos no decorrer do próximo ano – estas ascenderam da 2a posição para a 1 a e da 5a colocação para a 2 a em comparação com a pesquisa anterior, respectivamente. O 3o lugar deste ranking foi mantido pelas empresas que contam com 101 a 500 empregados, apesar de demonstrarem menos interesse na compra de maquinário, tendo em vista que 64,8% delas almejavam renovar o seu parque fabril em 2014, contra 43,8% que pretendem fazer o mesmo em 2016. Já aquelas cujo quadro de funcionários é composto por 501 a 1.000 membros, que ocupavam o 1o lugar no levantamento feito há dois anos, passaram para o 4 o, enquanto as que possuem mais de 1.000 funcionários chegaram à 5a posição. A mais notória redução do índice de interesse em comprar maquinário, a partir de 2014, diz respeito a estas últimas, cujo percentual teve queda de 42,5%.

Com relação às regiões, a Sul chama a atenção em razão de dois dos seus estados serem apontados como os principais interessados em comprar equipamentos, sendo o Paraná dono do maior percentual de empresas que pretendem investir e Santa Catarina do segundo maior – 65,1% e 58,1%, respectivamente –, ambos mostrados na tabela 10 (pág. 23). Em seguida estão Rio de Janeiro, com 55%, Minas Gerais e outros estados não relacionados, ambos com 50%, Interior de São Paulo, com 45,8%, bem como Grande São Paulo e Rio Grande do Sul, cujos respectivos percentuais são bem próximos, ou seja, 40,2% e 40%. Apesar de os estados do Sudeste estarem entre os menos interessados na aquisição de maquinário, esta região é a que apresenta o maior índice de intenção de compra.

Quando são comparados os índices de intenção de compra de máquinas das empresas por localização geográfica mostrados nas pesquisas de 2014 e 2016 (tabela 10a, pág. 24), verifica-se que a diminuição de interesse mais notória diz respeito a Santa Catarina, com índice de intenções caindo de 82,5 em 2014 para 58,1 este ano.

Para a realização do levantamento dos planos de compra de máquinasferramenta voltadas para o corte e conformação de metais, foram considerados os ramos de atividade das empresas, como é mostrado na tabela 11. Conforme observado nesta pesquisa, o setor mais interessado em adquirir maquinário deste tipo é o de fabricação de equipamentos para a indústria de alimentos, em que 73,3% das empresas confirmaram a sua intenção – este segmento era o 3o maior interessado há dois anos –, seguido pelos fabricantes de eletroeletrônicos de uso doméstico, que foram os principais investidores no levantamento anterior e que atualmente representam 66,7%. Em seguida, está a indústria de móveis em geral, que manteve a sua posição neste ranking, apesar de ter diminuído a sua participação na compra de máquinas (o percentual de empresas em 2014 era de 81,1% contra 63,6% em 2016), além dos fornecedores de estruturas metálicas e de equipamentos de construção civil, com percentual de 62,5%. Estes também apresentaram uma ascenção significativa, tendo em vista que anteriormente se encontravam em colocações inferiores.

Entre os ramos que demonstraram menos interesse em investir em máquinas-ferramenta de corte e conformação de metais nos próximos 12 meses, os principais são os fornecedores de acessórios, componentes e ferramentas para máquinas-ferramenta, representados por 20% do total de empresas que atuam nesta área, bem como os prestadores de serviços de ferramentaria e usinagem para terceiros e as instituições de ensino, que tiveram índice de participação de 22,2% e 25%, respectivamente.

Analisando o montante de empresas que compraram máquinas nos últimos 12 meses e que pretendem voltar a investir nestes tipos de bens de capital até o final de 2017, foi constatado que aquelas com até 50 funcionários (71,9% das que colaboraram com a pesquisa) são as principais interessadas em ir às compras, superando as que têm de 501 a 1.000 – que lideravam a lista há dois anos e cujo interesse em adquirir maquinário diminuiu em aproximadamente 48% desde então, ficando elas, neste levantamento, com a 4 a colocação. As companhias com 51 a 100 colaboradores passaram da 4a posição para a 2 a, enquanto as que possuem de 101 a 500 empregados saltaram do 5o lugar para o 3o, tendo em vista que 63% das primeiras pretendem ampliar seus parques fabris e 50% das seguintes planejam o mesmo. Já as empresas que contam com mais de 1.000 funcionários foram apontadas como as menos participativas no que diz respeito à intenção de aquisição de maquinário nos próximos 12 meses, em que 33,3% delas se mostraram dispostas a fazê-lo. Todos os percentuais referentes à intenção de compra de máquinas apontados neste inventário foram inferiores aos mostrados no levantamento de 2014. Estes dados constam das tabelas 12 (pág. 25) e 12a.

A distribuição por região das empresas que obtiveram equipamentos nos últimos 12 meses e que pretendem dar continuidade a este tipo de investimento nos próximos 12 é mostrada na tabela 13. De acordo com este estudo, as companhias localizadas nos estados classificados como “Outros” são as maiores interessadas em comprar maquinário de corte e conformação de metais, apresentando percentual de 82,3%, valor este que era de 80,8% no inventário anterior, fator que pode estar apontando uma crescente descentralização dos polos de manufatura industrial. Em seguida encontram-se as empresas situadas no Paraná e em Santa Catarina, com índice de intenção de compras idêntico em ambas as regiões (80%) – o estado paranaense ocupava o 5o lugar deste ranking há dois anos, enquanto o catarinense liderava. O levantamento mostra que as companhias menos interessadas em adquirir máquinas até o final do próximo ano são aquelas instaladas em Minas Gerais, que estavam em 2 o lugar nesta lista em 2014, e no Rio Grande do Sul, que mantiveram a sua posição. Seus respectivos percentuais de intenção de compras tiveram queda média de 24,5%.

Uma comparação das perspectivas de investimentos apresentadas pelas empresas que participaram das pesquisas que deram origem a este inventário e aos publicados em 2014, 2012, 2010, 2008, 2006 e 2004 é mostrada nas tabelas 12a (pág. 26) e 13a. Na primeira as companhias são classificadas por porte e, na segunda, por região.

As máquinas instaladas no chão de fábrica

A quantidade total de máquinasferramenta voltadas para o corte e conformação de metais que as empresas que colaboraram com a pesquisa possuíam até os meses de setembro e outubro de 2016 é mostrada na tabela 14. Os equipamentos são classificados por tipo, idade e configuração do modo de controle que possuem (convencional ou CNC).

Por ser impraticável elaborar um levantamento que possibilite comparar empresa por empresa a cada inventário, as quantidades de equipamentos podem sofrer variações entre uma pesquisa e outra. Assim, a alternância do número que denomina a gama de determinados tipos de máquinas não pode ser interpretada precipitadamente como aumento ou redução do parque, mas sim como uma consequência da flutuação da base de dados.

A partir desta análise foi constatado que houve uma redução de 26,9% do total de máquinas-ferramenta de corte e conformação inventariadas em relação ao levantamento de 2014, do qual constavam 142.303 unidades e que nesta pesquisa são 104.014. No que diz respeito aos modelos convencionais, o montante computado na pesquisa anterior sofreu diminuição de aproximadamente 31%, assim como a quantidade de equipamentos que contam com CNC, que teve redução de 12,5%. Interrompe-se assim um ciclo de crescimento da sua proporção em relação ao total geral de máquinas inventariadas observado desde 2010, com o percentual destes equipamentos passando de 12,1% para 18,1% em 2012 e para 21,1% em 2014.

Sobre a idade das máquinas de corte e conformação de metais que compõem atualmente o parque industrial brasileiro, 35,9% delas têm de 5 a 9 anos e 26,2% têm entre 10 e 19 anos, ao passo que o grupo das mais novas, que possuem até 4 anos, é formado por 25,3% do total, bem como o das que estão operando há mais de duas décadas, que corresponde a 12,6%. Apesar de estas últimas fazerem parte da minoria do maquinário aqui abordado e de esta lista ser liderada por equipamentos com menos de 10 anos de fabricação, é significativa a quantidade de máquinas que têm até 19 anos, o que remete à necessidade de renovação do parque fabril, principalmente para que um patamar de competitividade apropriado seja alcançado pelas empresas. No entanto, o atual panorama econômico dificulta uma análise mais consistente.

A quantidade total de máquinas que constam das companhias inventariadas, classificadas pelo porte, é mostrada na tabela 15. As empresas com até 50 funcionários continuam a ser as que possuem o maior número de máquinas em seu parque, o que vem sendo apontado desde a pesquisa que deu origem ao inventário publicado em 2004. Comparando os dados postos no levantamento de 2014 com os de 2016, foi constatado que os grupos de empresas divididas por porte mantiveram suas colocações no que tange à quantidade de máquinas inventariadas, análise que também mostrou redução do contingente de equipamentos contabilizado no estudo anterior, exceto no caso das companhias com até 50 empregados, cujo maquinário apresentou um aumento de 9,2%. No que diz respeito às demais, o índice de redução mais brusco foi apresentado pelas que possuem mais de 1.000 colaboradores, cujo montante de máquinas teve diminuição de 75,6% em dois anos, ao passo que o parque fabril daquelas que têm de 501 a 1.000 funcionários encolheu 56,8%. Note-se que no caso de empresas de grande porte, uma simples desativação impacta de forma significativa toda a amostragem. Quanto à situação das empresas que contam com 101 a 500 empregados, a abreviação da sua gama de máquinas foi de 45,2%, seguidas por aquelas que possuem de 51 a 100 colaboradores, cujo percentual foi de 13,4%.