Preços competitivos em relação ao material virgem e a possibilidade de melhoria da qualidade do reciclado por meio de descontaminação e aditivação estão fazendo com que os plásticos reciclados se tornem uma alternativa para a fabricação de diversos produtos. Este guia relaciona empresas que atuam como recicladoras de material plástico, ofertando-o ao mercado na forma de grânulos, flakes ou micronizado.
As empresas participantes deste levantamento abastecem suas linhas de produção com matéria-prima proveniente tanto de borras e aparas de origem pós-industrial quanto de material pós-consumo, uma fonte cada vez mais importante de insumos.
A forma de obter este material descartado varia bastante e mostra como o setor se organiza à sua maneira, diante das falhas das políticas públicas em termos de gestão de resíduos. Todas as participantes afirmaram usar de diferentes meios para obter seus insumos, e entre esses meios estão empresas de triagem e pré-processamento, cooperativas de catadores, coleta em parceria com estabelecimentos comerciais, sistemas de coleta ligados ao poder público ou a organizações não governamentais (ONGs), iniciativas próprias de coleta e parcerias com companhias de gestão ambiental, uma atividade em franca expansão.
Quando questionadas sobre o impacto da pandemia de Covid-19 em seus negócios, 73% das empresas informaram estar às voltas com o afastamento de trabalhadores, com a escassez de material pós-consumo e dificuldades de triagem devido ao risco de contaminação de seus colaboradores ao contato com este material, o qual passou a ser destinado com mais frequência a aterros. No entanto, 86% das recicladoras notaram aumento da disponibilidade de recicláveis pós-consumo em razão do maior consumo de embalagens nos lares brasileiros.
O novo contexto fez com que 79% das recicladoras passassem a contar com equipamentos que realizam a descontaminação da resina para torná-la adequada ao contato com alimentos e bebidas. Uma preocupação natural, tendo em vista que 98% das empresas perceberam aumento da procura por seus produtos em razão do cenário de escassez de matéria-prima virgem que tem afetado o mercado de transformação de plásticos. E como os desafios não cessam, 55% das recicladoras afirmaram ter planos de aquisição de novos equipamentos, tendo em vista aumentar a oferta e melhorar a qualidade das resinas que fornecem.
Entre os itens que estão nos planos de aquisição das empresas estão moinhos, trituradores, extrusoras, aglutinadores, linhas de moagem, descontaminação e granulação, sele- toras e separadoras automáticas, lavadoras e equipamentos para promover melhorias de processo e de qualidade, tais como espectrofotômetros para análise de pureza.