O Instituto Aço Brasil anunciou a revisão de suas projeções para a indústria do aço em 2025, levando em conta o impacto da onda de importações e do acirramento das disputas comerciais em nível global que ampliam as incertezas sobre o setor. Com base nos sete primeiros meses do ano, a previsão é que a produção caia 0,8%, para 33,6 milhões de toneladas, e as importações de laminados disparem 33,2%, para 6,3 milhões de toneladas.

 

Em dezembro de 2024, o Aço Brasil havia previsto queda de 0,6% na produção de aço e alta de 11,5% nas importações para este ano. No final de agosto foram revistas, ainda, as projeções de vendas internas, de queda de 0,8% para queda de 0,6%, e de consumo aparente, de alta de 1,5% para alta de 5%, puxada pelas importações. Para as exportações de aço, cuja projeção era de alta de 2%, a revisão passou a estimar alta de apenas 1%. Somados, os volumes projetados para importações diretas e indiretas chegam a 12,4 milhões de toneladas. A maior parte das importações vem da China, que já tem no Brasil o maior destino ocidental para o aço produzido naquele país.

 

Em comunicado oficial à imprensa, o Aço Brasil reconheceu os esforços do governo brasileiro para tentar conter as importações ao implementar, em junho de 2024, o mecanismo cota-tarifa, mas ponderou que o desequilíbrio continua. O mecanismo prevê tarifa de importação de 25% e estabeleceu cotas com base na média de importações entre 2020 e 2022 acrescida de 30% dessa média, inicialmente, para nove produtos (as chamadas NCMs, ou Nomenclaturas Comuns do Mercosul). O instrumento foi prorrogado e ampliado para 14 produtos, em junho de 2025, e estendido para 16, no último mês de agosto.

 

“O volume de importações desleais de aço laminado este ano deverá atingir o triplo da média histórica. Essa concorrência rouba o equivalente a um terço do mercado brasileiro do aço, o que tem levado o setor a uma situação extremamente preocupante, que ameaça toda a cadeia”, afirmou Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto Aço Brasil.

 

“Vivemos os efeitos de um cenário global desequilibrado pelas ações e reações dos países diante das importações desleais. Por isso, é urgente que o Brasil utilize de forma mais eficaz os mecanismos de defesa comercial disponíveis”, comentou André Johannpeter, presidente do conselho diretor do Instituto Aço Brasil.

 

 

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Imagem: MaxxStudio / Shutterstock

 

 

 

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