A queda contínua no custo global de referência nivelado de eletricidade (LCOE, na sigla em inglês) das fontes renováveis, registrado desde 2010, sofreu desaceleração no primeiro semestre deste ano, por conta dos aumentos de preços de matérias-primas, frete, combustível e mão de obra. Segundo pesquisa da BNEF – BloombergNEF, o LCOE da fonte solar fotovoltaica de eixo fixo saltou 14% e da eólica onshore 7% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Retroagindo ao LCOE de 2019, as estimativas de custo para implantação de novas usinas solares em larga escala subiram para US$ 45/MWh, enquanto as de eólicas onshore foram para US$ 46/MWh no primeiro semestre de 2022, segundo a análise da BNEF. Apesar da perda de terreno, o resultado recente ainda marca uma redução de 86% e 46%, respectivamente, desde 2010 em termos nominais.

Os projetos de energia renovável mais baratos do primeiro semestre de 2022 foram capazes de alcançar um LCOE de US$ 19/MWh, como em parques eólicos onshore do Brasil, US$ 21/MWh para fazendas solares fotovoltaicas com rastreadores no Chile, e US$ 57/MWh para eólicas offshore na Dinamarca. Se os custos de transmissão offshore forem excluídos, a última estimativa cai para US$ 43/MWh.

O setor de armazenamento de baterias foi também particularmente afetado pela volatilidade dos preços das commodities. O LCOE benchmark de bateria está em US$ 153/MWh, uma alta de 8,4% em relação ao primeiro semestre de 2021. Os preços do carbonato de lítio, um dos principais insumos para sistemas de baterias de lítio-ferro-fosfato (LFP), subiram 379% em relação ao ano passado. A análise de sensibilidade da BNEF mostra que os custos do sistema sujeitos aos preços das commodities de 2022 devem ser 22% maiores, registrando US$ 323/kWh em junho de 2022, em comparação com US$ 264/kWh do mesmo mês de 2021.

Apesar do aumento temporário dos custos para as renováveis, segundo a pesquisa, a diferença para a geração de energia de combustíveis fósseis continua a aumentar, em razão do aumento dos preços dos combustíveis e do carbono. Novos projetos eólicos e solares onshore são agora cerca de 40% inferiores aos benchmarks globais da BNEF para novas energias a carvão (US$ 74/MWh) e gás (US$ 81/MWh).

Na avaliação da consultoria, mesmo que a demanda por tecnologias de baixo carbono no setor de energia tenha caído fortemente no segundo semestre de 2021, a oferta tem se esforçado para se manter em alta, apesar de vários adiamentos de investimentos, demissões de funcionários, aposentadoria antecipada de ativos e interrupções de produção. Os fluxos comerciais foram interrompidos por desafios na logística e no transporte, barreiras comerciais e mudanças nas relações após a guerra na Ucrânia.

"Esses aumentos de custos marcam um período difícil para as renováveis, mas não um ponto de inflexão. Vemos um retorno às trajetórias de declínio de custos de tecnologia de longo prazo à medida que a demanda continua forte, as pressões da cadeia de suprimentos diminuem e a capacidade de produção, particularmente na China, volta a ser ocupada”, comentou Amar Vasdev, coautor do relatório na BNEF.



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