A Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Pará, será o centro de um projeto-piloto inédito que combina energia solar fotovoltaica e armazenamento em supercapacitores para aprimorar a regulação de frequência do Sistema Interligado Nacional (SIN).
A iniciativa, financiada pela Norte Energia, concessionária da usina, busca desenvolver um sistema inteligente de gestão de aproveitamento energético, capaz de integrar fontes renováveis à geração hidráulica e tornar o controle do sistema elétrico mais eficiente.
Com investimento de cerca de R$ 11 milhões, o programa prevê a instalação de uma usina solar no complexo Belo Monte, a implementação de um sistema de monitoramento online, a montagem de um banco de supercapacitores e o desenvolvimento de uma plataforma computacional de apoio aos operadores. Todos esses elementos serão integrados à operação da hidrelétrica, permitindo respostas mais rápidas às variações de frequência do SIN.
A pesquisa será conduzida pela Fundação de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Sustentável Guamá, por meio do Centro de Excelência em Eficiência Energética da Amazônia (Ceamazon), vinculado à Universidade Federal do Pará (UFPA). O projeto atuará de forma coordenada com a hidrelétrica, utilizando energia solar e armazenamento rápido para estabilizar a frequência da rede elétrica nacional.
Segundo comunicado, o projeto reflete a mudança do perfil da matriz elétrica brasileira, que vem incorporando cada vez mais fontes intermitentes, como solar e eólica. Essas fontes não colaboram com o controle da frequência da rede, por não serem geradores síncronos, o que aumenta a sobrecarga das hidrelétricas. A nova solução pretende mitigar esse problema com o uso de supercapacitores capazes de armazenar e liberar energia instantaneamente, equilibrando o sistema.
Para Emília Tostes, coordenadora do Ceamazon, o sistema será um marco tecnológico na regulação de frequência. “Ele permitirá a integração eficiente entre a geração hidráulica e as fontes fotovoltaicas e eólicas, fortalecendo a confiabilidade do SIN”, afirmou. Além da aplicação em Belo Monte, o projeto deve gerar dados científicos e técnicos que poderão orientar novas políticas públicas e inovações tecnológicas, contribuindo para a expansão segura e sustentável da geração solar no País.
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