A capacidade instalada da micro e minigeração distribuída (MMGD) no Brasil poderá atingir 65 GW até 2029, de acordo com as projeções atualizadas da 2ª Revisão Quadrimestral do Plano Anual da Operação Energética (PLAN 2025–2029), divulgada por ONS, CCEE e EPE no dia 1º de agosto. O número representa um acréscimo de 876 MW em relação à estimativa da revisão anterior.

A geração média total da MMGD (base instalada mais expansão) deve alcançar 10.070 MWmed ao final de 2029, com crescimento médio anual de 13,9% no período. O incremento mais expressivo será observado entre 2026 e 2029, refletindo tanto o avanço da base existente quanto a instalação de novos sistemas.

A expansão projetada para o período considera, entre outros fatores, a queda nos preços dos equipamentos fotovoltaicos em 2024, expansão de veículos elétricos, a ampliação do acesso a financiamento com o benefício do REIDI para geração distribuída e políticas públicas como o Programa de Energia Renovável Social (PERS) e o Minha Casa Minha Vida.

Por outro lado, o estudo também reconhece desafios, como o aumento do imposto de importação de módulos solares, elevação das taxas de juros (50% dos sistemas são financiados) e restrições técnicas na rede de distribuição, com crescimento das negativas de pareceres de acesso devido à inversão de fluxo (principalmente em MG, RS e MA). Além disso, também pesa contra o aumento da cobrança do Fio B (Lei nº 14.300) e incertezas pós 2028, com a migração ao ACL com potencial para diminuir o mercado.

O Sudeste/Centro-Oeste concentra a maior parte da base instalada, com 3.560 MWmed em 2029. No mesmo ano, a expansão da MMGD nesses estados será de 1.663 MWmed. O Nordeste aparece em seguida, com 1.413 MWmed de base e 775 MWmed de expansão. Sul e Norte somam, respectivamente, 1.846 e 812 MWmed em capacidade total prevista.

A projeção aponta ainda um montante líquido médio (expansão menos base) de 3.581 MWmed em 2029 no Sistema Interligado Nacional (SIN), o que representa uma redução de 12% em relação à estimativa da primeira revisão quadrimestral. O ajuste foi motivado por uma base instalada maior do que a originalmente considerada.

O estudo avalia que, mesmo com as incertezas regulatórias após 2028 e os impactos da migração de consumidores para o mercado livre, a MMGD manterá trajetória de crescimento relevante no horizonte do plano. A possibilidade de adoção de sistemas com baterias e o avanço de tecnologias como os sistemas "grid zero" também contribuem para o cenário projetado.



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