A maior parte dos contratos de longo prazo de compra de energia renovável no mercado livre em 2024 envolve projetos na modalidade de autoprodução, pelo qual grandes consumidores entram como sócios minoritários de empreendimentos de renováveis para se beneficiar da redução de encargos de consumo. Segundo levantamento da consultoria CELA, dos 31 acordos celebrados no ano, 30 optaram pelo modelo.

Do total dos PPAs, equivalentes a 1,7 GW de usinas fotovoltaicas e 600 MW de eólicas, 18 foram de energia solar e 11 de eólica e, de forma inédita, mais dois envolveram projetos híbridos com as duas fontes. Segundo a consultoria, com a maior abertura do ACL para os consumidores do perfil varejo, de menor porte, a quantidade de contratos cresceu em comparação com 2023, quando 23 acordos foram mapeados. 

Já o volume de energia comercializada caiu de 969 MW médios para 659 MWm entre os dois períodos. A queda, de acordo com a análise da CELA, é explicada pela mudança de perfil do consumidor livre, com demandas abaixo de 500 kW e, principalmente, por entraves recentes enfrentados pelo setor, como dificuldades de aprovar e conectar projetos na rede, recrudescimento das políticas de incentivos e maior acirramento na venda de energia no ACL.

Ainda segundo o estudo, em sua nona edição, no último ano o volume financiado dos PPAs assinados foi de R$ 3,9 bilhões, ante os R$ 5,4 bilhões de 2023. Para a CEO da CELA, Camila Ramos, muitos dos novos contratos envolvem demandas de datacenters. “Esses projetos ganharam uma grande participação dos datacenters no País e são hoje a mola propulsora do mercado livre, com grande aderência, inclusive, dos novos entrantes pela maior abertura do ACL no último ano”, disse. 

Aliás, segundo análise de outra consultoria especializada no setor, a Thymos Energia, em 2025 a tendência é de que a demanda de datacenters continue a incentivar novos contratos de autoprodução, já que o setor é “ultra-eletrointensivo” em energia e necessita de fontes renováveis baratas para seus projetos. A consultoria estima que os PPAs de autoprodução, muitos com demandas de até 10 MWm, deverão movimentar cerca de 1 GWm de energia em 2025 no Brasil.



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