Em tempos de valorização das ações voltadas para a promoção da economia circular e de sustentabilidade, o ramo de plásticos pode se favorecer da vocação natural para se engajar nessas propostas. Afinal, é dos poucos segmentos em que conceitos de responsabilidade ambiental, social e de governança (ESG, de environmental, social and governance) podem estar intrinsecamente ligados à natureza do negócio, como é o caso da Plastiweber, localizada na cidade de Feliz, próxima a Porto Alegre (RS).

 

A empresa, que atua na reciclagem de filmes flexíveis há cerca de 21 anos, fabricando novas embalagens secundárias a partir desse material, desenvolveu recentemente soluções que suplantam algumas inconveniências normalmente associadas ao material plástico reciclado. Uma delas foi o projeto de embalagem para enfardamento automático da linha tissue (papéis de baixa gramatura destinados à fabricação de papéis e lenços higiênicos, guardanapos e afins) de um de seus clientes, a Companhia Canoinhas.

O desafio neste caso era adequar os filmes de modo a permitir o empilhamento dos fardos de produto, sem risco de deslizamento durante a movimentação e armazenagem. O trabalho de pesquisa para aditivação resultou na definição de uma faixa ideal de coeficiente de fricção, assegurando o bom deslizamento, que favorece a velocidade de enfardamento, mas sem comprometer a capacidade de adesão que impede que pilhas de produto desabem por escorregamento. O estudo de caso recebeu recentemente o prêmio Plástico Sul, na categoria Produto com Conteúdo Reciclado.

 

Outro projeto recente é o Green Packaging, um filme para agrupamento de caixas de calçados desenvolvido totalmente com material reciclado de origem pós-consumo, a despeito das particularidades que tornam a reciclagem dos filmes flexíveis mais complexa. Além da questão associada à sustentabilidade, a solução fez com que o cliente (calçados Pampili) automatizasse a sua linha de embalagem secundária, além de permitir a conferência visual – devido à transparência dos filmes – e assegurar a inviolabilidade das caixas. De acordo com Moisés Weber, diretor administrativo da Plastiweber, a substituição do papelão como embalagem secundária neste caso ocasionou ainda a redução de 50 a 60% dos custos gerais de embalagem. Esses fatos somados levaram à premiação na categoria Impacto Econômico na 15ª edição do concurso Grandes Cases de Embalagem.

 

O terceiro projeto está ligado à criação do selo NatureCycle, atribuído a embalagens voltadas para o setor de pet food, assegurando que o material usado na sua confecção é efetivamente resultado de processos de reciclagem que integraram também ações socioambientais como o estímulo a cooperativas e engajamento em projetos sociais. Desenvolvida há dois anos e meio, a iniciativa recebeu este ano a premiação na categoria sustentabilidade da Associação Brasileira da Indústria de Embalagem (Abre). O selo, atribuído às embalagens fabricadas dentro do escopo do projeto, possui um QR Code que remete para o site com informações sobre o impacto socioambiental do projeto, assegurando visibilidade para as marcas que optam pelo seu uso.

 

O sucesso na produção de novos filmes a partir de material reciclado faz com que a Plastiweber se concentre no trabalho com as resinas PEBD e PELBD. “A embalagem flexível é o calcanhar de Aquiles da reciclagem, e conseguir sucesso nesse processo ocupa toda a nossa capacidade de pesquisa e de produção”, comentou Moisés ao informar que a empresa possui laboratório e uma equipe interna com doze profissionais dedicados à pesquisa e desenvolvimento.

 

Além de utilizar o material reciclado na fabricação de novos produtos, a empresa comercializa de 20 a 25% dos grânulos de resina no mercado de transformação.




 

Fotos: Plastiweber


 

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