O ritmo de crescimento na implantação de sistemas de armazenamento de energia por baterias (BESS, em inglês) na Europa pode não ser suficiente nos próximos anos para dar a estabilidade que a rede elétrica necessita com a inserção das fontes renováveis intermitentes, eólica e solar. A conclusão é de relatório da associação europeia de energia solar, a SolarPower Europe, que acompanha os investimentos em BESS na Europa.

Mesmo com o 11º recorde anual consecutivo de instalação de baterias, com 21,9 GWh em 2024, elevando a capacidade total da Europa para 61,1 GWh, a SolarPower Europe acredita que o ritmo de acréscimo registrado não deve encaminhar o continente europeu para a necessidade de 780 GWh em BESS implantados até 2030, conforme outro estudo da associação concluiu recentemente. Isso porque em 2024, com seus 15% a mais de implantações, houve uma redução no crescimento médio anual ― desde 2020 a implantação de baterias vinha quase dobrando anualmente, sendo que em 2022 atingiu uma taxa média de expansão de 145%.

Para 2025, a expectativa, em um cenário otimista, é a Europa adicionar 29,7 GWh, com crescimento de 36%. Até 2029, o estudo aposta em um aumento de quase seis vezes em comparação com 2024, chegando a uma adição anual de 120 GWh. Isso elevaria a capacidade total da Europa para 400 GWh, sendo que nos países-membros esse volume seria de 334 GWh, portanto abaixo das necessidades apontadas até 2030 pela associação.

A estabilidade da rede proporcionada pelas baterias tem a ver, principalmente, com o fato de os sistemas funcionarem como controladores da frequência da rede, já que as fontes eólica e solar não contribuem com a inércia do sistema, serviço ancilar que resiste às rápidas variações de frequência e que é naturalmente agregado com os geradores síncronos de hidrelétricas e térmicas.  Ao armazenar com as baterias a energia excedente das usinas de renováveis, por outro lado, é possível controlar a variação.

Outro serviço que as baterias oferecem ao sistema, na operação centralizada e na descentralizada (geração distribuída), é armazenar o excesso de energia solar para evitar a chamada inversão de fluxo de potência, que tem o potencial de causar sobretensão na rede. Convém ressaltar que na Espanha ambos os fenômenos, variação de frequência e inversão de fluxo de potência da GD solar, são apontados como possíveis causas do apagão que atingiu a Península Ibérica em 28 de abril.

Segundo o relatório, foi positivo, porém, o fato de as instalações em escala de utilities (stand-alone ou híbrida com usinas) terem crescido substancialmente em 2024, com 79% a mais no ano, o que fez o segmento ter 8,8 GWh em operação. Isso ocorreu em detrimento da queda de 11% registrada na adição de baterias residenciais, que mesmo assim ainda representam 50% das instalações no continente, com 10,8 GWh no total, em mais de 3 milhões de instalações. Os restantes 2,2 GWh são em unidades no comércio e indústria.



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