A Aneel autorizou a nova metodologia de cálculo das Tarifas de Uso do Sistema de Transmissão (TUST) e das Tarifas de Uso do Sistema de Distribuição para centrais de geração conectadas em 88 kV e 138 kV (TUSD-g). Ao longo de cinco ciclos tarifários, de 2023 a 2028, a agência promoverá a gradual intensificação do sinal locacional, ou seja, o realinhamento dos custos de transmissão de modo a equilibrar a cobrança pelo uso do Sistema Interligado Nacional (SIN), fazendo com que os agentes que mais a oneram paguem proporcionalmente mais pelo serviço.

Para a Aneel, a decisão corrige distorção verificada nos últimos anos, após a entrada em operação da UHE Belo Monte e de outras gerações nas regiões Norte e Nordeste. Isso porque essas regiões eram importadoras de energia elétrica há duas décadas, quando a Aneel definiu a metodologia anterior de cálculo da TUST e da TUSD-g, mas se tornaram na atualidade exportadoras de energia.

Já os consumidores dessas regiões, antes afastados dos centros de carga, hoje estão próximos e oneram menos o sistema do que era considerado no cálculo. Com a nova regulamentação, espera-se um alívio médio de 2,4% nas tarifas dos consumidores do Nordeste e de 0,8% para os consumidores do Norte, totalizando redução próxima a R$ 1,23 bilhão anuais.

A nova metodologia começará a ser aplicada no ciclo tarifário 2023/2024, no qual 90% do cálculo seguirá a contabilização de custos anterior e 10%, o cálculo orientado pela intensificação de sinal locacional. A aplicação do cálculo será aumentada em 10 pontos percentuais a cada ciclo, até que se chegue, no ciclo 2027-2028, ao equilíbrio de 50% do cálculo considerando o custo nacional e 50%, o custo regional de transporte da energia.

As tarifas flutuantes serão calculadas considerando os limites superiores e inferiores móveis, associados à variação da inflação medida pelo Índice de Atualização da Transmissão (IAT) e ao risco imediato de expansão da transmissão. O voto do diretor-relator do assunto, Hélvio Guerra, durante a decisão na reunião da diretoria da agência no dia 20 de setembro, argumenta que a sinalização eficiente de preços, por meio da tarifa flutuante, evita subsídios cruzados e favorece a otimização da expansão do sistema de transmissão e da operação do sistema interligado.



Mais Notícias EM



Brasil mantém liderança em custos baixos de renováveis, aponta Irena

Estudo da agência mostra que geração eólica no país tem LCOE abaixo da média global; solar também é competitiva.

25/07/2025


Mapa da CELA aponta R$ 454 bi em projetos de H2V no Brasil

Levantamento identificou 111 empreendimentos que exigirão 90 GW em novas usinas renováveis.

25/07/2025


Câmara de Bento Gonçalves entra no mercado livre de energia

Parceria com Ludfor marca pioneirismo no RS e amplia uso de energia limpa.

25/07/2025