A abertura total do mercado de energia elétrica no Brasil, prevista para começar em 2026 com a Medida Provisória 1.300/2025, deve destravar investimentos superiores a R$ 2 bilhões por ano durante a próxima década. A estimativa é da Thymos Energia, que projeta um ciclo de modernização estrutural voltado ao consumidor final, com destaque para a instalação de medidores inteligentes e sistemas digitais de gestão.

O cenário considera exigências operacionais que acompanham a liberalização do setor, como a portabilidade do consumo e o uso ativo da demanda. Para isso, será necessário implementar tecnologias que viabilizem a gestão individualizada das contas de luz e a interação direta entre consumidor e mercado.

Segundo João Carlos Mello, CEO da Thymos Energia, o processo exige uma transformação estrutural no setor. Além dos medidores inteligentes, o investimento abrange redes mais eficientes, ferramentas digitais e sistemas de informação que suportem um novo modelo de relacionamento com os consumidores de baixa tensão.

A experiência internacional reforça esse caminho. Países como Reino Unido, Itália, Austrália, Espanha e França destinaram bilhões de dólares em tecnologias para viabilizar a abertura de seus mercados elétricos. Apenas na Austrália, cerca de US$ 3 bilhões foram aplicados em cinco anos. No Reino Unido, os investimentos chegaram a £ 7,2 bilhões em duas décadas.

No Brasil, os R$ 2 bilhões anuais estimados pela Thymos envolvem frentes como automação das redes de distribuição, plataformas digitais de atendimento e sistemas de comunicação. O objetivo é garantir a funcionalidade e a confiabilidade de um mercado mais descentralizado, digital e orientado por dados.

A abertura permitirá que todos os consumidores, inclusive residenciais, escolham de quem comprar energia, ampliando a necessidade de transparência, controle e conectividade. Para Mello, trata-se de um movimento estratégico com potencial para elevar a eficiência do sistema e fomentar a inovação na cadeia energética.



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