Mesmo durante o pico da pandemia, no primeiro semestre deste ano, a produtora chinesa de equipamentos solares Trina Solar teve aumento de lucro líquido global de 245,81% em comparação com o mesmo período de 2019, alcançando 493 milhões de yuans (R$ 383 milhões).
Para a empresa, o forte aumento nas vendas de produtos e sistemas fotovoltaicos, com receita no período de 12,55 bilhões de yuans (R$ 9,7 bilhões), 16,56% acima do primeiro semestre do ano anterior, se deve principalmente ao aumento da eficiência de seus sistemas para escala do chamado ultra-alta, com módulos de maior potência, e também por conta da consolidação da empresa como fornecedora global e verticalizada de sistemas.
Nessa tendência de consolidação, aliás, no dia 15 de setembro a Trina anunciou que adquiriu 49% das ações restantes da espanhola Nclave Renewable, de quem já detinha 51% de participação acionária desde maio de 2018. Com a negociação, a fabricante de seguidores solares se torna subsidiária integral da Trina Solar. O seguidor solar da Nclave é considerado equipamento-chave do hardware fotovoltaico inteligente TrinaPro, lançado em 2018.
Já no campo da potência fotovoltaica ultra-alta, que segundo a empresa chinesa ajudou a influenciar no lucro elevado do primeiro semestre, o marco foi o lançamento da solução completa de 500W+, chamada Trina Pro Mega, que começou a ser fornecido globalmente no início de 2020. Usando como base o hardware TrinaPro, o sistema emprega os módulos com mais de 500 W de potência. Em julho deste ano, a empresa anunciou uma linha de módulos ainda mais potente, a Vertex 600 W+.
Para suportar seus novos sistemas, no primeiro semestre a empresa aplicou 860 milhões de yuans (R$ 675 milhões) em pesquisa e desenvolvimento. Até o momento a Trina já acumula 852 patentes, incluindo 310 registros de inovação. O foco está na produção de células de alta eficiência, módulos de elevada potência e equipamentos de rastreamento inteligente. Em relação às células solares, a Trina passou por testes efetuados pelo ISFH CalLab, da Alemanha, que confirmaram eficiência de conversão energética de 23,39% para suas células Perc, produzidas com equipamento industrial padronizado.
Até o final de 2021, a Trina prevê uma capacidade de produção total de até 26 GW, dos quais as células de 210 mm devem representar 70% do total. Toda a capacidade de produção a partir do segundo semestre deste ano será focada em módulos de ultra-alta potência, com a capacidade total de produção chegando a 22 GW até o final de 2020 e a cerca de 50 GW no fim de 2021.
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