Apesar de sinais encorajadores, como o aumento da adoção de fontes de energia de zero carbono, incluindo solar e eólica, e do uso de veículos elétricos, o mundo precisa de uma ação significativamente mais forte nesta década, em todos os setores, para manter no horizonte a meta do Acordo de Paris, de limitar o aquecimento a 1,5°C. Esta é a conclusão do relatório do State of Climate Action 2022, elaborado pelo Systems Change Lab, uma iniciativa colaborativa que congrega diversas entidades globais. O relatório veio a público nesta quarta, dia 26, e contará com evento de lançamento oficial no próximo dia 3 de novembro ― propositalmente antes da cúpula COP27, a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontecerá de 6 a 18 de novembro no Egito.

De 2019 a 2021, a geração solar cresceu 47% e a eólica 31%. Já os veículos elétricos responderam por quase 9% das vendas de carros de passeio em 2021, o dobro do ano anterior. Além disso, a participação global de veículos elétricos a bateria e a células de combustível nas vendas de ônibus atingiu 44% em 2021, contra apenas 2% em 2013 – um aumento de mais de 20 vezes em menos de uma década.

Isto, no entanto, é insuficiente, de acordo com o relatório, que alerta para a necessidade de ações significativamente mais fortes nesta década. O estudo analisou o progresso recente feito em termos de ações climáticas em setores que, em conjunto, representam 85% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) ― energia, edifícios, indústria, transporte, florestas e terras, e alimentos e agricultura ― e na ampliação das tecnologias de remoção de carbono e financiamento das ações. Em seguida, quantificou o atraso global nas ações climáticas, comparando os esforços realizados com os necessários até 2030 e 2050 para limitar o aquecimento a 1,5°C.

Segundo o estudo, dos 40 indicadores avaliados, nenhum está adequado para atingir as metas para 2030: 27 deles estão na direção certa, mas seis têm velocidade insuficiente e 21 estão muito abaixo do ritmo necessário; cinco estão na direção totalmente errada e oito não têm dados suficientes para permitir que se acompanhe o progresso.

“Este ano, o mundo viu a devastação causada por apenas 1,1 graus Celsius de aquecimento. Cada fração de grau importa para proteger as pessoas e o planeta. Estamos vendo avanços importantes na luta contra as mudanças climáticas, mas ainda não estamos vencendo em nenhum setor”, disse em nota Ani Dasgupta, presidente do World Resources Institute, instituição que lançou a Systems Change Lab em parceria com o Bezos Earth Fund.

Segundo os responsáveis, para descarbonizar a sociedade e enfrentar a crise climática, a participação de fontes de carbono zero na geração de eletricidade deve ser acelerada exponencialmente, o que só pode ser alcançado com a redução proporcional e rápida da energia fóssil. Para isso, a taxa de expansão do financiamento para a área climática precisa aumentar mais de dez vezes, atingindo US$ 5,2 trilhões por ano até 2030 – o equivalente a elevar os fluxos em US$ 460 bilhões por ano nesta década -- e o financiamento de combustíveis fósseis, incluindo subsídios públicos, precisa ser eliminado cinco vezes mais rapidamente.

Para baixar o estudo, acesse https://www.wri.org/research/state-climate-action-2022.



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