Um consórcio liderado pela Organização Holandesa de Pesquisa Científica Aplicada (TNO) divulgou na segunda-feira, 29, detalhes de um projeto de sistemas de energia solar flutuante economicamente viáveis para instalação offshore, usando tanto painéis quanto flutuadores flexíveis. Um piloto foi instalado na semana passada no laboratório de campo da TNO no lago Oostvoornse Meer, na região de Rotterdam, para avaliação até meados de 2022.

Os novos sistemas são leves e consistem de dois flutuadores de 7x13 m com 20 kWp de painéis solares. Segundo a TNO, tanto flutuadores quanto módulos de filme fino usam material flexível, desenvolvido pelo consórcio, que permite que se dobrem com o movimento das ondas. Por oferecerem menor resistência às ondas, os flutuadores e a ancoragem podem ser mais leves e, portanto, produzidos a custo menor do que os flutuadores rígidos.

A empresa sueca Midsummer divulgou em nota nesta terça, 30, que o piloto utiliza seus módulos solares finos, ultraleves e flexíveis modelo Bold-144 (Magnum), cada um com 144 células do tipo CIGS (disseleneto de cobre índio e gálio), fornecendo até 485 Wp. Instalados no flutuador, os módulos são parcialmente conectados em série e em paralelo e, em seguida, conectados a um inversor string instalado em uma cabine em terra, na qual também se encontra o equipamento de coleta de dados como irradiação, temperaturas (em terra, acima e abaixo d’água, nos módulos fotovoltaicos), velocidade do vento e ondas. O consórcio analisa aspectos como rendimento energético, comportamento das unidades flutuantes com ondas e ventos fortes, crescimento de matéria orgânica nas unidades e viabilidade econômica.

Segundo o TNO, o projeto pode dar contribuição fundamental para a transição energética na Holanda, que em 2050 deve atingir capacidade de energia solar de 200 GWp, incluindo 25 GWp em corpos hídricos no interior e 45 GWp em instalações offshore. Mas “a energia FV offshore ainda não existe de fato”, afirma Wim Soppe, pesquisador da TNO e gerente do projeto, batizado de Solar@Sea II. “É tecnicamente muito desafiadora a implantação de grandes sistemas solares flutuantes no mar e sua manutenção durante décadas. Além disso, o custo do material usado nos flutuadores muitas vezes inviabiliza economicamente os sistemas. Este novo conceito requer muito menos material e, portanto, temos grandes esperanças de que seja muito mais barato”, diz.

São parceiras da TNO no consórcio as empresas  Bluewater Energy Services, Genap, Marin e Endures, além da  Universidade Avans de Ciências Aplicadas. A Bluewater é responsável por ancorar o sistema; a Genap desenvolveu os flutuadores flexíveis; a Marin testou as propriedades hidrodinâmicas dos flutuadores em seu tanque de ensaios de modelos; a Endures estuda o crescimento de material orgânico em painéis e estruturas e formas de evitá-lo; e a Universidade Avans está desenvolvendo estratégias de manutenção e reciclagem para o conceito.

A próxima etapa será instalar um sistema no Mar do Norte, para testar o método de instalação e manutenção que o consórcio está desenvolvendo, e por volta de 2024 construir um sistema comercial de 1 a 5 MWp, conectado eletricamente a um parque eólico offshore. Como as produções das energias solar e eólica têm pouca simultaneidade, não há necessidade linhas elétricas adicionais para conexão à rede em terra.



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