Foi concluída a implantação da primeira planta piloto brasileira para produção de hidrogênio renovável sem o uso de água, instalada no Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba. A unidade utiliza o biogás gerado a partir de resíduos orgânicos do restaurante universitário, convertendo-o em hidrogênio de alta pureza.
O projeto é resultado de uma chamada pública de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) lançada pela Copel em 2023, no âmbito do programa de P&D da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com investimento total de R$ 7,6 milhões, a iniciativa busca demonstrar a viabilidade técnica e ambiental do hidrogênio produzido a partir de resíduos orgânicos, sem a necessidade de eletrólise e, portanto, sem consumo de água no processo.
Entre os diferenciais tecnológicos do projeto está a previsão de três aplicações diretas para o hidrogênio obtido: abastecimento de bicicletas elétricas, produção de amônia renovável e geração distribuída de eletricidade para suprir o próprio restaurante da universidade. O processo também aproveita subprodutos, como o adubo orgânico resultante do tratamento dos resíduos.
A unidade adota um sistema de controle automatizado por inteligência artificial, com sensores distribuídos em toda a planta. Os dados coletados são processados por um sistema especialista que realiza ajustes automáticos para garantir estabilidade e eficiência operacional. A tecnologia deverá servir como base para projetos em maior escala, permitindo a replicação do modelo em universidades, indústrias e unidades de saneamento.
O desenvolvimento envolveu, além da UFPR e da Copel, a Associação de Pesquisadores da Região Norte (Apreno), de Rondônia, e o Senai Pernambuco. A chamada pública que selecionou o projeto recebeu 71 propostas de 53 instituições e empresas de 17 estados brasileiros, avaliadas segundo critérios de originalidade, relevância técnica, custo-benefício e potencial de aplicação comercial.
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