A Eletrobras assinou em 14 de outubro contrato para vender sua participação integral na Eletronuclear ao grupo J&F por R$ 535 milhões, segundo fato relevante divulgado no dia seguinte. O acordo inclui, entre outras condições, a assunção de garantias da Eletrobras e o compromisso da J&F de arcar com debêntures no valor de R$ 2,4 bilhões.

A transação é parte do termo de conciliação firmado com a União e homologado no âmbito da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 7.385. Com isso, a Eletrobras pretende se desvincular das obrigações remanescentes relacionadas à Eletronuclear, melhorar seu perfil de risco e liberar capital para aplicação em outras frentes estratégicas.

Pelas cláusulas do contrato, a J&F — via sua subsidiária Âmbar Energia — assumirá as garantias que a Eletrobras havia prestado em favor da Eletronuclear e realizará a integralização das debêntures pactuadas com a União. Isso permitirá que a estatal se desincorpore financeiramente da coligada.

O processo de venda foi conduzido em regime competitivo iniciado em 2023 e contou com assessoria do banco BTG Pactual. Com base no valor contábil registrado para a Eletronuclear (cerca de R$ 7,8 bilhões no 2º trimestre de 2025), a operação gerou provisão estimada em R$ 7 bilhões no balanço da Eletrobras para o 3º trimestre.

Após o fechamento, a Âmbar passará a deter 68% do capital total da Eletronuclear e 35,3% do capital votante, enquanto o controle continuará nas mãos do governo federal por meio da ENBPar, conforme exigido pela Constituição para empresas nucleares.

No entanto, o negócio ainda depende de ajustes finais e de aprovações regulatórias e legais usuais, como do Tribunal de Contas da União e da Comissão de Valores Mobiliários. Se confirmada, a operação marcará a primeira participação de um grupo privado nesse segmento.



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