Para o setor elétrico global conseguir zerar suas emissões de gases de efeito estufa até 2050 serão necessários investimentos anuais de US$ 2,2 trilhões, aponta estudo da consultoria Thymos Energia, feito em parceria com a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel).
O montante seria necessário principalmente para a modernização e digitalização dos sistemas elétricos, que assim se adaptariam às novas tecnologias e formas de consumir energia. Outro ponto importante, além da ampliação de oferta de energia renovável, seria atender o aumento previsto de 150% no consumo de eletricidade até 2050, o que demandará investimentos em infraestrutura.
Até 2050, será preciso dobrar a extensão das redes de transmissão e distribuição no mundo, com mais de 80 milhões de quilômetros com a substituição ou implementação de nova infraestrutura. O estudo da Thymos demonstra que os mercados de energia também deverão aumentar a flexibilidade dos seus sistemas para atender oscilações no consumo de energia no curto e médio prazo, além de lidar com a característica intermitente de algumas fontes renováveis, com o uso de sistemas de armazenamento.
“Os últimos dez anos foram os mais quentes já registrados e, entre janeiro e setembro deste ano, a elevação da temperatura média mundial foi de 1,54oC. Isso significa que a meta central do Acordo de Paris pode estar em xeque se não forem adotadas medidas urgentes. Entendemos que o setor elétrico pode ter uma contribuição importante nesse aspecto”, disse o diretor de novos negócios da Thymos, Jovanio Santos.
O estudo também associa a abertura do mercado para o ambiente livre de contratação como fator importante para a descarbonização. Com levantamento da experiência de países totalmente liberalizados, como Austrália e Noruega, e outros em aprimoramento, como Israel, Rússia e Brasil, o estudo mostra essas tendências. Segundo Santos, permitir que o consumidor escolha seu fornecedor e soluções energéticas impulsiona a competitividade e a inovação no setor e acelera a adoção de fontes renováveis.
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