Em um país com 35 milhões de pessoas sem água tratada, 100 milhões sem coleta de esgoto e somente 49% dos esgotos tratados, o Instituto Trata Brasil há anos produz estudos e pesquisas objetivando mostrar à sociedade e autoridades os impactos da falta de saneamento básico.

Dentre vários objetivos do instituto, um dos mais relevantes é avaliar os benefícios sociais trazidos pelos serviços quando chegam às comunidades mais vulneráveis. Nesse modelo de projeto é feita uma avaliação socioeconômica das famílias que recebem os serviços, mas, principalmente, busca-se conhecer a percepção desses moradores às melhorias. Denominado Trata Brasil na Comunidade, este eixo de projetos já avaliou comunidades no Nordeste, Sul e Sudeste e, em 2021, chega a Manaus, AM, onde recentemente o serviço de água tratada chegou a moradores habitando áreas de palafitas, becos e rip raps.

Manaus passou recentemente por reestruturação de prestação dos serviços de saneamento básico e uma das prioridades, de acordo com a nova concessionária, tem sido o atendimento dessas comunidades. Dessa forma, o Instituto Trata Brasil fez a pesquisa contemplando áreas de palafitas, becos e rip raps dos bairros Compensa, Cachoeirinha e Redenção, para entender como a chegada da água potável alterou a qualidade de vida destas famílias.

Os resultados mostram que 97% dos moradores dos três bairros contemplados na pesquisa afirmam terem mais dignidade após o acesso à água tratada. De modo geral, 93% estão satisfeitos com o serviço ofertado, quando antes o índice era de apenas 40%. Já a confiança na qualidade da água entregue às moradias avançou de 45% para 81%. As ligações clandestinas, que representavam risco à saúde das pessoas e eram a principal fonte de acesso à água, caíram a zero.

Para 81% dos entrevistados, a saúde e a qualidade de vida mudaram para melhor depois da chegada do serviço de água potável. A população passou a contar, pela primeira vez, com comprovantes de residência e grande parte das moradias foram cadastradas na tarifa social, benefício que concede 50% de desconto para famílias de menor renda.

Questionados quanto à frequência com que ficavam doentes, observou-se que muitos ficavam doentes mais de três a quatro vezes ao ano, mas que depois do acesso à água tratada esse índice caiu muito. Antes dos serviços, 43% das pessoas relatavam ficar doentes uma vez ao ano e esse índice subiu a 83% após a água potável chegar às torneiras.

“Já é de amplo conhecimento da comunidade médica, e confirmado em vários de nossos estudos, que a chegada da água potável traz grandes melhorias na vida das pessoas, começando pela redução das doenças. Nessa análise, isso fica ainda mais claro pelo reconhecimento da grande maioria dos moradores que agora, com água tratada, se sentem mais saudáveis e com melhores expectativas de vida”, afirma Édison Carlos, presidente executivo do Instituto Trata Brasil.



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