A Sanapp, de Florianópolis, SC, apresenta ao mercado o BIZU, uma plataforma que auxilia companhias de saneamento e municípios na gestão de ativos via funcionalidades como monitoramento de desempenho, agendamento de manutenções preventivas e corretivas, identificação de falhas e realização de análises detalhadas via dashboards e relatórios intuitivos.

Criada em 2022, a startup dedicou os anos seguintes ao aprimoramento da plataforma. O desenvolvimento foi pautado na experiência profissional de seus fundadores, os engenheiros Igor Puff Floriano e Maitê Sant’Ana Vieira, da época em que ainda eram estagiários.

“Nos meus primeiros estágios, atuei na fiscalização e implantação de redes de água e esgoto, um nicho que sempre despertou a minha atenção. Com a experiência, percebi que a maioria dos fornecedores de água desconhecem o que existe ao redor da rede, principalmente na parte subterrânea. Quando existia um levantamento, geralmente era muito precário, faltando dados até mesmo de como o esgoto estava conectado”, recorda Floriano.

A ideia levou os dois engenheiros a desenvolver uma solução capaz de integrar dados de esgoto, água, drenagem e resíduos sólidos em mapas geoprocessados, facilitando a tomada de decisões estratégicas por gestores e equipes de campo. O conceito inicial recebeu a aprovação de diversas iniciativas de financiamento de startups, como o Programa Centelha, do MCTI – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e o Sanepar Startups.

O funcionamento do BIZU consiste em um cadastramento georreferenciado inicial, via aplicativo em dispositivos móveis, feito por equipes técnica de campo. Após um benchmarking com a Sabesp, cada equipe passou a utilizar uma antena RTK GNSS que inibe sinais externos do GPS do dispositivo móvel e confere precisão de posicionamento com acurácia de até 2 cm. “O objetivo não é apenas criar um ponto georreferenciado, e sim um plano preciso de projeto”, diz Floriano.

Na plataforma, o contratante pode averiguar, em tempo real, os parâme-tros escolhidos para medição. É possível, por exemplo, registrar o número de lixeiras ou bueiros disponíveis em uma determinada área com fotos, vídeos, estado do equipamento e alertas de manutenção. O dashboard oferece gráficos intuitivos que mostram a situação e podem indicar qual é a atitude prioritária a ser tomada.

“Em uma rua com baixo fluxo de pedestres, há 200 lixeiras quebradas. Em contrapartida, outra rua, com maior movimento de pessoas e prioridade mais alta, apresenta 50 fora de uso. Sem um detalhamento adequado, o gestor muitas vezes não consegue identificar qual reforma demanda atenção imediata", explica Floriano.

Para o levantamento de redes subterrâneas, a Sanapp utiliza câmeras endoscópicas e robôs autopropelidos equipados com câmeras de resolução 4K e visualização por monitor. Com os autômatos, é possível averiguar patologias, ligações clandestinas de esgoto, quebras e rachaduras. Os dados coletados são enviados diretamente para a plataforma BIZU.

“O robô costuma ser mais eficiente na aferição de tubulações acima de 400 mm, onde precisamos ter uma visão mais expandida da rede. Em diâme-tros menores, o uso de câmeras en-doscópicas se torna mais produtivo devido a rapidez”, afirma Floriano.

Encerrada a fase de testes, a Sanapp pretende comercializar a plataforma em 2025. O modelo de venda escolhido foi o SaaS - Software como Serviço. A expectativa é encerrar o ano com até 20 contratos firmados.

“A transformação digital do saneamento enfrenta hoje seu maior desa-fio no cadastro de ativos de campo. Para desenvolver cidades realmente inteligentes e funcionais, é essencial primeiro estruturá-las com dados, impulsionando assim a jornada de inovação no setor”, finaliza Maitê.



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