Nesta quarta-feira, dia 10, o governo do Ceará assinou com autoridades holandesas acordos para a criação do Corredor de Hidrogênio Verde (Green Hydrogen Corridor), entre o Porto do Pecém e o Porto de Roterdã, e da Parceria de Portos Verdes (Green Ports Partnership), entre o Ceará e os Países Baixos. A solenidade em São Gonçalo do Amarante contou com a presença do governador do Ceará, Elmano de Freitas, e do primeiro-ministro do Reino dos Países Baixos, Mark Rutte.

Com os acordos, o Complexo do Pecém e o Porto de Roterdã criam um corredor de ponta a ponta da cadeia de suprimentos para hidrogênio verde, incluindo produção no Pecém e recebimento e distribuição no Porto de Roterdã, para atender à demanda nos Países Baixos e em outros países da Europa. Assinaram a criação do corredor as empresas Complexo Industrial e Portuário do Pecém, AES Brasil, Casa dos Ventos, Nexway, Havenbedrijf Rotterdam, Fortescue e EDP.

Segundo Elmano de Freitas , “o corredor marítimo e a parceria fortalecem o Porto do Pecém como porta de entrada e saída de hidrogênio verde para o Brasil e o mundo. O hidrogênio verde permitirá o aumento da produção da energia eólica e solar”. O governador defendeu  também a inclusão “dos mais vulneráveis” nesse desenvolvimento, com as pessoas do sertão cearense transformando-se em produtores de energia. “A transição energética global tem que ser justa e inclusiva”, disse.

O primeiro-ministro dos Países Baixos declarou que “Roterdã e Pecém podem legitimamente se denominar o portal de acesso ao Hidrogênio para a Europa. (...) O hidrogênio verde não é uma tecnologia do futuro distante, é do presente, está acontecendo agora. Estamos estabelecendo o alicerce do futuro na economia verde. O Ceará está liderando o caminho no Brasil, bem como Roterdã é um líder na Europa”, enfatizou.

O Porto do Pecém é um dos portos de maior potencial para energias renováveis; Roterdã é considerada a principal porta de entrada para a Europa. Os dois portos são parceiros desde 2018, quando o Governo do Ceará acordou com o governo dos Países Baixos, controlador do Porto de Roterdã, a cessão de 30% do Porto do Pecém.

Com foco no desenvolvimento do seu Hub de Hidrogênio Verde, o Ceará já tem perto de 30 memorandos assinados com empresas interessadas na produção. Destes, três já avançaram para pré-contratos e têm área reservada na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará: Fortescue, Casa dos Ventos e AES. A soma de investimento é estimada em US$ 8 bilhões. Além disso, o Porto do Pecém deve investir R$ 2,2 bilhões para dotar o terminal de infraestrutura capaz de abrigar os projetos.

O diretor internacional do Porto de Roterdã, René van der Plas, destacou que o Porto do Pecém é privilegiado por ter localização estratégica em relação à Europa, bem como o Estado do Ceará tem políticas públicas e um sistema fiscal forte. “Esse Porto, que é uma grande testemunho da cooperação entre Países Baixos e Brasil, tem uma boa infraestrutura e um crescimento potencial. A importação de hidrogênio pode ser um acelerador do desenvolvimento [do Ceará]. O desafio que temos é garantir que esses potenciais beneficiem a sociedade, criando valor econômico e social”, ressaltou.



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