O crescimento da geração solar distribuída no País vai baratear a conta de luz de quem não gera energia em 5,6% na próxima década. A conclusão é de um estudo da consultoria Volt Robotics encomendado pela Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, que toma como base a projeção do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2031) de que a GD chegará em 2031 a 37,2 GW instalados, mais do que triplicando os atuais 11 GW instalados. De acordo com a consultoria, essa expansão resultará em mais de R$ 86,2 bilhões de benefícios sistêmicos para a sociedade.
No estudo, intitulado “Contribuições da Geração Própria de Energia Solar na Redução da Conta de Luz de Todos os Brasileiros”, esses benefícios foram calculados com a contabilização de todas as componentes envolvidas: bandeiras tarifárias, custo da energia da rede, perdas no sistema, encargos setoriais, combustíveis e outros. A entrada dos sistemas de GD deve influenciar de forma positiva a frequência de acionamento da bandeira vermelha nas tarifas de energia elétrica, que segundo o estudo deve ser reduzida em cerca de 60% para os consumidores brasileiros até 2031. Caso os cenários incluam novas crises hídricas, a diminuição da ocorrência das bandeiras tarifárias mais caras aos consumidores chegará a 17%.
Em relação ao custo da energia elétrica, rateado por todos os consumidores, o crescimento da GD solar deve diminuí-lo em R$ 34 bilhões no período, proporcionando redução de 2,2% nas tarifas de energia elétrica. Já em encargos setoriais, também arcados pelos consumidores, a redução seria de R$ 11,5 bilhões até 2031, representando queda de 0,8% nas tarifas. Outro benefício deve ser a redução do risco financeiro sobre a variação dos preços dos combustíveis, com queda de R$ 24,2 bilhões, o que representa 1,5% a menos nas tarifas.
O incremento da autogeração diminuiria ainda as perdas elétricas nas linhas de transmissão e redes de distribuição, com uma economia calculada pelo estudo em R$ 8,2 bilhões em dez anos, ou 0,5% a menos nas contas de luz. Haveria ainda alívio sobre a demanda no horário de pico, registrado atualmente entre 10h e 16h. Como este é justamente o período no qual a GD solar tem pico de entrega ao sistema, a redução calculada seria de R$ 1,6 bilhão.
A expansão da GD, constata ainda o estudo, tem impacto na redução de preços entre os submercados elétricos do Nordeste e Sudeste, estimado em R$ 8,5 bilhões até 2031, trazendo uma queda de 1,5% no bolso dos consumidores. Isso porque, na prática, os sistemas fotovoltaicos em telhados e pequenos terrenos diminuem a sobrecarga dos sistemas de intercâmbio, diminuindo os custos da energia elétrica para quem compra e consome no Sudeste e melhorando os patamares de preços de quem vende energia produzida no Nordeste.
Por fim, há efeitos sobre o clima. Com mais geração solar distribuída, a projeção de redução de emissão de gases de efeito estufa seria, em cenários médios, de 67 milhões de toneladas de CO2 até 2031. Já em cenários com crise hídrica, e consequente maior acionamento de termelétricas poluentes, a redução nas emissões seria de 121 milhões de toneladas de CO2.
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