A fonte solar teve o pior desempenho entre as que tiveram projetos contratados no leilão de energia emergencial, realizado no dia 25 de outubro. Do total negociado de 778,2 MW médios de 17 usinas com potência total instalada de 1,22 GW, a fonte vendeu apenas 2,4 MW médios, de duas usinas em Rondônia, a Buritis, com 1,1 MWm comercializado e potência de 5,2 MW, e a Machadinho, com venda de 1,3 MWm e potência de 5,3 MW. A primeira vendeu a energia a R$ 343/MWh e a segunda, por R$ 347/MWh.

Com meta de ajudar no planejamento estatal de combate à crise hídrica, o leilão teve 97,1% da energia contratada de usinas térmicas a gás: 755,8 MW médios de 14 usinas, com 1,17 GW, com preços de venda variáveis entre R$ 1.594,00/MWh e R$ 1.602,01/MWh, com projetos em Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. Em segundo lugar, a também renovável fonte térmica a biomassa de cavaco de madeira teve apenas um projeto negociado: a UTE Fênix, de 32,5 MW de potência instalada, no Mato Grosso, com a venda de 20 MW médios de garantia física a R$ 343/MWh, o que representa 2,6% do total negociado no leilão.

A um preço médio de energia negociada de R$ 1.563,61/MWh, e preço marginal de R$ 1.602,01/MWh, o certame teve deságio médio de 1,20%. Com entrega de curto prazo, entre maio de 2022 e dezembro de 2025, a previsão de investimentos das usinas vencedoras é de R$ 5,260 bilhões, sendo a imensa maioria dos recursos, R$ 5 bilhões, aportados para a construção das térmicas.

A disparidade entre a contratação emergencial e de reserva de capacidade da fonte fóssil e renováveis, agravada pela diferença de preços contratados entre as fontes, foi criticada por entidades. A Absolar, para começar, lamentou que a fonte solar tenha sido representada por apenas 3% da oferta disponível no certame, com apenas 78 projetos dos 972 cadastrados pela EPE, o que significou 1,86 GW do total de 62 GW do leilão. Daí a baixa contratação da fonte, com apenas 0,3% do total.

Na avaliação da Absolar, o resultado do leilão vai ajudar a fazer com que a conta de luz dos brasileiros continue a subir nos próximos meses. Mesmo sendo a fonte mais competitiva, diz a associação, a solar teve participação irrisória principalmente por conta da sobrecontratação das distribuidoras, que têm contratos antigos de fornecimento de eletricidade de usinas que hoje não possuem condições estruturais de entregar a energia acordada, a chamada garantia física. “É necessária uma revisão da garantia física, para que os leilões possam ter contratações alinhadas com as necessidades de geração de energia do País”, afirmou em nota o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia.

Outra entidade que criticou o resultado do leilão foi o Iema - Instituto de Energia e Meio Ambiente. Para a organização, apesar de o certame cobrir o déficit de energia nos submercados Sul e Sudeste/Centro-Oeste até a entrada de usinas contratadas no leilão de energia nova A-5, em 2026, “o exorbitante preço final das termelétricas terá impacto nas tarifas de eletricidade”, disse em nota o Iema, que também ressaltou o fato negativo de os 14 projetos termelétricos fósseis contratados, oito em período integral, resultarem em emissões significativas de gases de efeito estufa.



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