A cidade de Juazeiro, na Bahia, tende a se consolidar como um polo de energia solar do país. Depois de anúncios de investimentos da Atlas no fim de outubro, outra empresa, a COC Engenharia e Energia, de São Paulo, em parceria com investidor estrangeiro mantido sob sigilo, constituiu uma sociedade de propósito específico (SPE) para começar a erguer em 2021 um complexo solar que, ao término do projeto completo, em três anos, chegará a mais de 295 MWp.

A primeira etapa do Complexo Solar Velho Chico, com início das obras marcado para fevereiro de 2021 e término previsto exato um ano depois, contempla duas usinas: a Velho Chico I, de 30 MWp, e a Velho Chico II, de 25 MWp. Ambas serão construídas na mesma área de 92,44 hectares, em área urbana do município do semiárido nordestino, a 5 km de nova subestação digital da Coelba, a Juazeiro IV, que fica no centro de Juazeiro e onde as usinas serão conectadas por linha 69 KV a ser construída pelos empreendedores.

Segundo o diretor da COC, Arthur Oliveira, as duas primeiras usinas já estão com os projetos prontos, praticamente todos os fornecimentos de equipamentos acertados e com um contrato de compra de energia (PPA) no mercado de livre de energia que ficará com metade da energia gerada. De acordo com Oliveira, a outra metade será negociada com comercializadores de energia.

Sob investimento total de R$ 165 milhões, as duas usinas contarão com 106,9 mil módulos fotovoltaicos bifaciais de 520 e 540 W da Canadian Solar, terão 1280 trackers com angulação de 60° da Soltec, e dois eletrocentros solares da WEG (que reúnem de forma integrada inversores centrais, sistema de refrigeração, quadros auxiliares e cubículo de média tensão). Além disso, a empresa pretende instalar subestações digitais ABB.

Com os equipamentos de alto desempenho, a intenção, segundo afirmou Oliveira à FotoVolt, é obter fator de capacidade acima da média, por volta de 33%, e assim gerar mais energia. As duas usinas juntas, pelo projeto, devem gerar 145,9 GWh por ano (ou, na estimativa conservadora, com fator de capacidade de 30,9%, 136,5 GWh por ano).

O planejamento, após a entrada em operação da primeira fase do investimento em 2022, é estar com os projetos definidos para a expansão, em outro terreno em Juazeiro a 17 km da área das duas primeiras usinas. Aí serão mais quatro plantas de 60 MWp cada (Velho Chico III, IV, V e VI), totalizando 240 MWp. Segundo Oliveira, no momento a equipe da SPE tenta acelerar os trâmites de licenciamento e outorga desses projetos para ainda conseguir o desconto de 50% na TUST e TUSD, já que pela MP 998 o prazo para requisitar outorga e ainda ter o subsídio termina em 31 de agosto de 2021. “Mas vai ser difícil conseguir a tempo”, disse.



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