Apesar da elevação global dos custos de produção do hidrogênio verde e seus derivados no último ano, o Brasil mantém posição de destaque em competitividade internacional. É o que aponta o Índice LCOX Brasil, elaborado pela consultoria Clean Energy Latin America (Cela), que estimou o custo nivelado de produção do combustível entre US$ 2,94/kg e US$ 7,38/kg, conforme a localidade e as condições energéticas.

Para a amônia verde, o custo estimado pelo Índice LCOA Brasil varia entre US$ 648 e US$ 1.781 por tonelada, enquanto a produção a partir de combustíveis fósseis (hidrogênio cinza) oscila entre US$ 360 e US$ 897/ton. Os dados foram calculados com base em informações atualizadas até setembro de 2025, fornecidas por fabricantes, operadores e empresas de manutenção, refletindo o cenário real das plantas renováveis do País.

Segundo a Cela, o custo de produção subiu em média 11% para o hidrogênio verde e 40% para a amônia verde no Brasil nos últimos 12 meses, acompanhando a tendência mundial de aumento nos preços de equipamentos e energia. No contexto nacional, o movimento também é atribuído aos cortes de geração renovável (curtailment), que reduziram receitas e elevaram o custo nivelado dos projetos.

“O Índice LCOX é um marco para o mercado brasileiro, pois fornece um parâmetro objetivo e atualizado sobre o custo real de produção do hidrogênio verde e seus derivados”, afirma Camila Ramos, CEO da Cela. “Ele permite comparar o Brasil com outros mercados e embasar decisões de investimento e políticas públicas”, acrescenta.

As análises integram o Cela Research – Módulo H2V, plataforma de inteligência de mercado lançada neste mês pela consultoria. A ferramenta reúne três componentes principais: o Índice LCOX Brasil, o Mapa de Projetos de H2V, que detalha o status e as aplicações dos empreendimentos, e a Calculadora RFNBO-EU H2V, que estima o grau de conformidade de projetos com os critérios de certificação europeia para combustíveis renováveis.

O levantamento identificou 113 projetos de hidrogênio verde, amônia, e-metanol e aço verde, distribuídos por 16 estados brasileiros. Juntos, eles somam R$ 469,2 bilhões em investimentos anunciados e cerca de 90 GW de nova capacidade instalada de energia renovável. Mais da metade (53%) dos projetos tem foco no mercado doméstico, especialmente nos segmentos de siderurgia, fertilizantes e transportes.

“Mesmo com a elevação recente de custos, o Brasil continua entre os mercados mais competitivos do mundo para a produção de hidrogênio e derivados, graças ao baixo custo e à ampla disponibilidade de energia renovável”, avalia Marília Rabassa, diretora de consultoria e sócia da Cela.



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