A energia eólica e a solar ultrapassaram pela primeira vez a marca de um terço da geração elétrica no Brasil em agosto de 2025, somando 19 TWh e alcançando 34% do total, aponta levantamento da consultoria Ember. O resultado supera o recorde anterior de 18,6 TWh estabelecido em setembro de 2024
A solar respondeu por 13% da eletricidade gerada no mês, crescimento de seis vezes em cinco anos, sobre os 2,2% de agosto de 2020. Já a eólica alcançou 21%, frente aos 15% registrados em 2020. Em conjunto, as duas tecnologias mais que dobraram sua participação desde 2019, quando representavam 9,9% da oferta. Durante todo o ano de 2024, as duas geraram 24% da eletricidade do Brasil.
Apesar do avanço, a hidrelétrica permaneceu como a principal fonte, com 48% da geração em agosto. Foram produzidos, porém, 27 TWh, o menor volume para o mês desde 2021. Foi apenas a segunda vez que a fonte hídrica ficou abaixo da metade da matriz nacional, reflexo da queda de chuvas na estação seca.
O papel da hidrelétrica, aliás, segundo o estudo, tem se transformado. De fornecedora predominante, passou a atuar como fonte flexível, ajustando sua produção para complementar a variabilidade das renováveis não convencionais, eólica e solar. Essa dinâmica permite maior resiliência do sistema e preserva água dos reservatórios em períodos críticos.
Mesmo com a baixa hídrica, a geração fóssil se manteve contida em 14% (7,8 TWh), bem abaixo dos 26% observados em agosto de 2021, auge da crise de escassez hídrica. O avanço da eólica e da solar evitou aumentos maiores no uso de carvão e gás, reduzindo custos e emissões.
A expansão da renováveis, segundo os dados da Ember, se refletiu positivamente nas emissões do setor elétrico brasileiro, que atingiram o pico em 2014, com 114 MtCO₂, e desde então caíram 31%, chegando a 79 MtCO₂ em 2024. As fontes adicionaram 168 TWh de geração em uma década, crescendo 15 vezes, mais do que suficiente para suprir o aumento da demanda.
A demanda elétrica cresceu 22% entre 2014 e 2024, e deve seguir avançando a taxas acima da média histórica. Projeções apontam expansão de 3,4% ao ano até 2030. Para a Ember, esse cenário representa oportunidade para consolidar a transição energética, mas exige políticas claras e investimentos consistentes em transmissão e integração das renováveis.
O ritmo de expansão, no entanto, apresentou sinais de desaceleração. No primeiro semestre de 2025 foram instalados 7,1 GW de solar, abaixo dos 9,9 GW do mesmo período de 2024. Entre os entraves, destacam-se gargalos de conexão, incertezas regulatórias e redução de incentivos.
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