Para o mundo se livrar definitivamente das emissões de carbono até 2070, os esforços globais precisarão se concentrar muito mais nos setores de transporte, indústria e construção do que no setor de energia. Esta foi a principal conclusão de estudo da AIE - Agência Internacional de Energia, publicado no dia 10 de setembro.

Para chegar a essa recomendação global, o relatório “ETP-2020 - As Perspectivas de Tecnologia de Energia 2020” analisou mais de 800 opções de tecnologia diferentes para avaliar o que precisaria acontecer no mundo para, daqui a 50 anos, as emissões líquidas de carbono chegarem ao quase utópico zero.

Depois das análises da agência, que duraram três anos, os técnicos avaliaram que apenas a transição do setor de energia, com renováveis no lugar das fontes fósseis para geração, levaria o mundo a um terço do caminho da zero emissão. Para completar o combate ao carbono, as ações teriam que ser redobradas nos setores de transporte, indústria e construção, que hoje respondem por 55% das emissões de CO2 do sistema energético.

Para a AIE, o caminho acelerado passaria por eletrificação dos setores, para fornecer energia para veículos elétricos, reciclar metais, aquecer edificações e várias outras tarefas, que seriam energizadas a partir de eletricidade proveniente de fontes renováveis.

A agência considera como indicadores positivos para acelerar esse processo a força atual de expansão da energia solar e o fato de as taxas de juros estarem muito baixas, o que ajudaria a financiar mais projetos de energia limpa.

O estudo analisa e dá indicações de como fazer para substituir ativos de energia de longa duração e difíceis de serem descontinuados por conta do peso econômico que representam na infraestrutura global, caso das usinas de carvão ineficientes, siderúrgicas e fornos de cimento. Ressalta que muitos desses ativos foram construídos há pouco tempo, principalmente em países de economia emergente na Ásia, e ainda contam com várias décadas de operação.

A indústria pesada, segundo o estudo, responde hoje por 60% das emissões atuais da infraestrutura de energia existente. E aí segue um alerta da agência: se nenhuma ação for tomada pelos países, até 2050 essa participação subirá para 100%.



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