O agronegócio é um dos setores mais pujantes da economia brasileira. Segundo dados do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o mercado agrícola emprega cerca de 19 milhões de pessoas em toda a sua cadeia de produção. Já o peso no PIB – Produto Interno Bruto em 2022, de acordo com dados do Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP – Universidade de São Paulo, foi de 25%. Apesar dos bons números, o setor ainda encontra espaço para crescer na chamada Agricultura 4.0, também conhecida como Agricultura Digital. De acordo com o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mais de 70% das propriedades rurais não têm acesso à Internet.

Para tentar mudar essa realidade foi criada a ConectarAGRO, organização sem fins lucrativos composta por 44 membros, incluindo a operadora TIM e empresas como AGCO, Climate Field View, CNH Industrial, Jacto, Nokia, Solinftec, Trimble e Yara Internacional.

“A ConectarAGRO iniciou oficialmente suas atividades em 2019 durante a Agrishow, feira de tecnologias agrícolas realizada anualmente em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Porém, em 2017, as companhias fornecedoras de agricultura digital já vinham conversando sobre a possibilidade de expandir a modalidade no país. Concluímos que tal iniciativa não seria possível sem o aumento da conectividade no campo”, lembra Renato Bueno, líder do comitê de expansão e diretor da ConectarAGRO.

Desde então, a associação ajudou a promover a expansão de mais de 12 milhões de hectares de 4G nas áreas remotas e rurais do Brasil, números que beneficiaram mais de 1 milhão de pessoas em 485 municípios de 12 estados, como São Paulo, Goiás e Mato Grosso.

“O tema da agricultura digital não é recente. A adoção de novas tecnologias sempre vem acompanhada da necessidade de conhecer os seus benefícios. Para isso, realizamos estudos que mostram as vantagens em adotar o sistema”, afirma o diretor.

Para atender o campo de forma plena, a ConectarAGRO optou pelo 4G na frequência de 700 MHz. Segundo Bueno, outras tecnologias de rede, como LoRA, Sigfox e Wi-Fi, também foram testadas, porém apresentaram alguns entraves. “Tecnologias puramente de IoT – Internet das Coisas, casos do LoRA e Sigfox, são efetivas para sensores, porém não permitem conectar máquinas e pessoas. Já o Wi-Fi demanda um grande número de pontos de acesso, o que o torna inviável em um campo de produção agrícola. O 4G em 700 MHz, além de oferecer uma ampla cobertura, pode ser utilizado de forma pública ou privada. Também temos observado a implantação do 5G no Brasil, porém acreditamos que no momento, por suas características como baixíssima latência, é uma rede móvel que será mais efetivamente aplicada por enquanto na indústria 4.0 do que no mercado rural”, explica.

Além de estudos realizados com produtores agrícolas, a ConectarAGRO ministra workshops, treinamentos e eventos com o auxílio de parceiros como o Banco do Brasil, instituição financeira cuja plataforma Broto é voltada para produtores rurais.

“Em 2020, quando fizemos o estudo no Mato Grosso, mostramos que o gerenciamento em tempo real de agroquímicos propicia um ganho de 4% em eficiência. No caso de plantações de algodão, soja e milho, a média anual de gastos é de US$ 560 por hectare. Em uma fazenda de 1500 hectares, é possível obter uma economia de R$ 150 mil por ano apenas na aplicação de defensivos. Para 2023, com a entrada na ConectarAGRO de empresas de TI, automação e economia, temos a ambiciosa meta de conectar todas as áreas agrícolas do Brasil”, finaliza Bueno.



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