No dia 7 de novembro a Abranet – Associação Brasileira de Internet completou 25 anos de existência. Sua trajetória se confunde com a própria história da rede mundial no Brasil. O acesso discado, referência do início do serviço comercial, surgiu na mesma época. Para comemorar a data, a entidade lançou um hotsite (www.abranet.org.br/25anos) onde estão sendo postadas entrevistas com os principais atores que acompanharam a história da entidade e da Internet brasileira. “As entrevistas trazem relatos importantes e reflexões sobre os principais desafios do futuro”, destaca o presidente da Abranet, Eduardo Neger.

Fundada em 1996 inicialmente como Associação Brasileira dos Provedores de Acesso, Serviços e Informações da Rede Internet, a Abranet passou a abranger toda a cadeia econômica da Internet a partir de 2009. Ou seja, no início a entidade representava apenas os provedores de acesso e conteúdo, mas depois atualizou seu estatuto para receber também outras empresas do ecossistema, como data centers, e-commerce, meios de pagamento, ensino a distância, fornecedores de aplicativos e streaming.

“Temos um grupo bem heterogêneo quanto às atividades e tamanho das companhias. Entre os associados estão desde pequenos provedores regionais de conectividade até gigantes multinacionais de software”, diz Neger. Segundo ele, a visão mais ampla dos setores permite trabalhar temas comuns a todas as empresas, o que facilita a discussão e organização de pleitos junto ao governo, legislativo, judiciário, além de parcerias entre os próprios players do mercado. “Há uma sinergia e complementaridade no aspecto conceitual da Internet”, afirma.

O presidente lembra que, no passado, quando tudo começou, Internet era uma coisa só; não havia essas especializações e desmembramentos. “Mas o desenvolvimento só ocorre quando esse ecossistema todo roda junto”, diz. Certamente há pautas de interesse exclusivo de alguns grupos, como o uso de white space (espectro ocioso) da Anatel, o compartilhamento de postes ou a regulamentação do open banking, mas existe um consenso quando o tema é o princípio da rede mundial. Um bom exemplo foi o Marco Civil da Internet, Lei 12.965, aprovada em 2014. “Trabalhamos com mundos diferentes, mas o caráter disruptivo da Internet acaba valendo para todos”, afirma.

Exatamente por ser transformadora, ela muda os modelos de negócios tradicionais em uma velocidade muito grande, e isso incomoda porque tira intermediários do jogo de vários negócios. “Há naturalmente forças contrárias que tentam reduzir a velocidade dessa mudança. Nosso principal papel, como entidade, é dar suporte às empresas, ajudando tecnicamente para fazer frente às barreiras que surgem. Zelamos por um ambiente de negócios aberto à competição e novos entrantes”, diz.

Segundo Neger, a Abranet participa de consultas públicas e contribui de forma incisiva junto às agências reguladoras no desenvolvimento de novos regulamentos, como na Anatel, além de atuar junto ao Banco Central, Secretaria da Cultura (para assuntos envolvendo regulação de conteúdo e streaming) e outros órgãos relacionados ao uso da Internet. “Temos uma comissão em Brasília que monitora semanalmente tudo o que está sendo criado. Acompanhamos os trâmites e conversamos com os parlamentares, que muitas vezes não têm o conhecimento técnico aprofundado dos impactos que a legislação pode gerar no setor”, diz.

Essa visão macro da Internet será cada vez mais fundamental com a expansão das aplicações, apoiadas pelo crescimento da banda larga fixa e da mobilidade, em especial com a chegada do 5G e avanço da IoT – Internet das Coisas. “Cada vez mais telecom é commodity. O filé mignon são as aplicações e isso abre perspectivas muito grandes”, diz.

Se há 25 anos era preciso criar motivações para atrair as pessoas para a web, movimento que começou com os grandes jornais levando seu conteúdo, hoje a Internet está se tornando ubíqua, presente em todo lugar, o tempo todo, a exemplo da energia elétrica. “Dificilmente alguém passa algum dia da vida sem se conectar à rede e sem usar algum tipo de serviço de algum associado da Abranet”, finaliza o presidente. Com as pessoas e dispositivos cada vez mais conectados, o papel da entidade e dos players que fazem parte desse novo ambiente torna-se ainda mais importante.



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