Hellen Souza, da redação

 

A Pinhopó (Ponta Grossa, PR), está promovendo entre as indústrias de transformação de plásticos o uso mais intensivo da farinha de madeira como carga funcional em formulações poliméricas.

 

Normalmente adicionado como carga inerte para obtenção de maior rendimento e resistência mecânica, ou mesmo com finalidade estética, nos chamados WPC (wood plastic compounds, ou compostos com carga de madeira), o pó ultrafino de madeira pode ser usado tendo em vista a melhoria de características dos produtos finais, tais como melhor isolamento térmico e acústico. Estas propriedades tornam os materiais adequados para a fabricação de decks de caminhões frigoríficos, por exemplo, uma aplicação pouco usual até algum tempo atrás.

 

Ricardo Martins Soares, diretor de operações da Pinhopó, explicou que a farinha de madeira fornecida pela empresa é proveniente do corte e serragem de pinus puro, também conhecido como yellow pine, teor de cinzas abaixo de 2%, composição granulométrica estável, na faixa de 35 a 200 mesh e umidade máxima de 8%.

 

Essas características tornam a farinha de madeira mais estável, fazendo com que ela apresente melhor índice de homogeneização no composto, podendo eventualmente dispensar o uso de aditivos compatibilizantes.

O material pode ser adicionado em polímeros como polietileno (PE), polipropileno (PP) e poli (cloreto de vinila) (PVC), processáveis por extrusão, injeção e rotomoldagem. A carteira de clientes da Pinhopó é composta hoje por empresas de segmentos como utilidades domésticas (cabos de panelas), construção civil (portas, batentes, perfis) e formuladores de compostos de WPC, entre outros.

 

Embora não se trate de uma novidade no mercado, muitas empresas não tiveram sucesso com a adição de pó ultrafino de madeira em matrizes plásticas devido ao uso de material inadequado ou à não observação dos cuidados necessários para a sua incorporação às formulações. “Não basta comprar um saco de serragem e jogar na máquina”, comentou Ricardo.

 

Descarbonização

 

A farinha de madeira pode ser adicionada em compostos plásticos em teores de até 30%, conforme o material, o processo e o tipo de produto a ser fabricado. Seu uso também está associado ao cumprimento de metas de responsabilidade social e ambiental (ESG), contribuindo para um melhor balanço de massa na indústria de plásticos, tendo em vista o potencial para substituição de material de origem fóssil e cargas minerais. O uso do pó ultrafino também ajuda a evitar a queima de serragem e maravalha (aparas de corte em formato espiral) da indústria madeireira, promovendo a neutralização de carbono ao longo da cadeia produtiva.

 

 _________________________________________________________________________________

Assine a PI News, a newsletter semanal da Plástico Industrial, e receba informações sobre mercado e tecnologia para a indústria de plásticos. Inscreva-se aqui.

__________________________________________________________________________________

 

 

Imagem: Pinhopó

 

 

 

Leia também:

 

Madeira plástica ganha mercado

 

Flutuadores de PEAD. Oportunidades no setor náutico e no gerenciamento de crises.

 

 

 

 



Mais Notícias RTI



Novo agente de purga para extrusão de filmes

A Chem-trend anunciou um novo agente de purga que reduz o tempo de setup em trocas de cor e elimina depósitos de carbono nos processos de produção de filmes cast.

04/11/2025


Syensqo anuncia novo material para tubos flexíveis

Spin off do Grupo Solvay, a belga Syensqo anunciou o lançamento de uma linha de compostos poliméricos para a fabricação de tubos flexíveis corrugados.

04/11/2025


Sāco vai aumentar produção de compostos de XLPE na América Latina

A fabricante norte-americana de compostos de polietileno com ligações cruzadas (XLPE) usados em revestimentos de fios e cabos inaugurou uma fábrica no México e vai intensificar o comércio desses materiais no Brasil. As novas estratégias na América Latina foram anunciadas por executivos da empresa na feira Wire Brasil 2025.

04/11/2025