Criado em 1995, o SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento evoluiu com o tempo e acompanhou os grandes marcos da história do setor, como a Lei de Saneamento Básico, de 2007, e o Novo Marco Legal de Saneamento de 2020. Agora, em uma nova fase, o sistema passará por mudanças e se chamará SINISA.

O principal papel do SNIS e, agora da SINASA, é reunir em um só lugar todas as informações sobre saneamento e de todos os municípios brasileiros. A partir desses dados é possível que a gestão pública reúna investidores e tome as medidas necessárias para garantir a qualidade dos serviços para a população.

“Na visão da Secretaria Nacional, nosso principal desafio foi estabelecer um novo sistema que não descartasse aquilo que já tínhamos armazenado, mas sim, complementasse e aprofundasse todos os dados declarados. Os novos formulários para preenchimento dos municípios estarão disponíveis ainda em maio. Um novo desafio que, desde a fase de teste, fomos surpreendidos com os feedbacks que recebemos. A ideia principal é escalonar a administração das informações para ter um ganho na eficiência para todo o ecossistema”, explicou Paulo Rogério dos Santos e Silva, diretor substituto do Departamento de Cooperação Técnica - Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental durante mesa redonda especial no Congresso Nacional da Assemae, evento realizado em Ribeirão Preto, SP, de 20 a 24 de maio.

Ainda segundo ele, o novo sistema nasce para unificar os dados e trazer uma simetria nas informações no âmbito federal. “Será um grande banco de dados onde as agências reguladoras locais e estaduais usem e estejam centralizadas sem a necessidade de desenvolver sistemas próprios. Essa unificação é crucial para o setor, uma vez que será possível sanar as dificuldades em âmbito geral. Não fazia mais sentido cada esfera ter seus sistemas, já que todos temos o mesmo objetivo”, comentou.

Por serem informações públicas, os dados apresentados pelo SNIS e agora pelo SINISA serão cruciais para desdobramentos e estudos importantes, como apontou André Rossi, do Instituto Trata Brasil, organização da sociedade civil que busca a universalização do saneamento básico no país. “Somos uma entidade que se abastece dos dados oficiais e os torna de fácil acesso a toda a população. Por isso, a qualidade deles é fundamental para identificar oportunidades de investimentos para cada município. Assim, vemos como um movimento positivo essa mudança, ressaltando, é claro, alguns pontos de atenção como um comprometimento com a auditoria de dados, comunicação social sobre indicadores e identificação das áreas vulneráveis e zonas rurais”, disse.

Como uma das cidades participantes do teste do novo sistema da SINISA, Gustavo Prado, da Sanasa de Campinas, SP, trouxe contribuições importantes sobre os principais desafios e o que precisa ser melhorado nos processos intenso e externos. “Na etapa de teste, percebemos uma grande mudança na transmissão das informações. Agora teremos mais qualidade e quantidade necessárias que vão nortear todos os processos seguintes. Alguns dos principais desafios que identificados foram o aumento das demandas por sistemas e informações mais robustas; a necessidade de requalificação e capacitação da equipe para garantir a qualidade e precisão dos dados que serão fornecidos; e um maior comprometimento de cada município com a veracidade dessas informações. Apesar disso, trará como benefício um melhor conhecimento da realidade do país, o engajamento e envolvimento de todos”, contextualizou.



Mais Notícias HYDRO



Tecnologia integrada fortalece expansão da Alphatek no saneamento brasileiro

Empresa oferece equipamentos plug & play, com automação embarcada e operação remota.

02/12/2025


ENGIE seleciona cinco projetos no Nordeste para investir em conservação da água

Ações serão realizadas nos estados da Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte.

02/12/2025


Estudo aponta que somente 13 dos 100 maiores municípios do país atendem os padrões de excelência em perdas de água

Controlar as perdas de água significa ter maior disponibilidade do recurso hídrico para a população sem a necessidade de aumentar o volume de água captado.

02/12/2025